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domingo, 11 de setembro de 2011

Estudos de Movimento II - Movement Studies II


Estudos Diversos - Diversos Tamanhos -  Pastel Seco - 2010

          No primeiro e último desenho desta sequência percebe-se a simplificação da forma para capturar a pose e posteriormente dar um acabamento ao desenho. Nestes fiz apenas os esqueletos mas não pude finalizar.


         Algumas poses são mais expressivas que as outras, aqui em cima a esquerda  exagerei na curvatura da caixa torácica sobre a barriga e a perna dobrada, enquanto que a pose da direita não é muito interessante, talvez devido a impossibilidade de se ficar de pé nesta posição, a não ser que se esteja caindo.



          Esta posição requer força e equilíbrio, ela  ficou naturalmente mais convincente que o desenho acima a direita, pois se percebe o equilíbrio para efetuar tal pose. A complexidade da pose e o curto período que o modelo a manteve representam um grande desafio para os artistas, visto que normalmente não vemos as pessoas de cabeça para baixo. É mais difícil entender o corpo nestas posições escorçadas.


          Acima a pose ficou um tanto estranha, não se percebe que isso é um corpo masculino. Acredito ser interessante capturar o gênero do desenho. Abaixo apesar da simplicidade, se percebe o movimento e o equilibro em ambas as imagens.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Estudos de Movimento I - Movement Studies I


Estudos Diversos - Diversos Tamanhos -  Pastel Seco - 2010

           Em 2010 tive a oportunidade de desenhar modelo vivo, este foi um exercício onde o modelo masculino dançava e era necessário fazer estudos rápidos, a fim de capturar o movimento. Isso se mostrou uma tarefa difícil, visto que enquanto o pastel começava a correr no papel o o modelo já tinha feito uma meia dúzia de movimentos. Não eram uma pose parada de 15 segundos; o cara dançava e o pessoal tinha que se virar para conseguir capturar o movimento, no melhor estilo Degas. Os estudos foram realizados em folha A1, recortados e digitalizados para que eu pudesse postá-los.


          Mas como fazer isso, sendo que o modelo não posava de forma estática? Lembrei dos ensinamentos do fantástico James Gurney, onde ele falava que para desenhar algo que se movimente, como por exemplo, um cavalo, ou uma galinha, é necessário praticar uma forma de memorização da imagem vista, ou seja, olhar para o modelo, congelar a cena em sua mente e esboçar rapidamente.


          Além da complexidade desta tarefa, outra se faz necessária, que é transferir o que viu para o papel. Essa regra se aplica a toda a sessão com modelo vivo. Quanto maior o tempo da pose do modelo, mais podemos medir e conferir, quanto menor o tempo da pose, mais difícil a tarefa. Tem que se desenhar por reflexo, como alguém que pratica arte marcial e faz aquele movimento de forma intuitiva.

       
         Curiosamente, ao olhar estes desenhos , percebe-se que existe uma relação de proporção que foi transferida instintivamente e intuitivamente, sem que houvesse medidas. Tudo se deu de forma automática na cabeça de cada artista envolvido na tarefa.


          As imagens ficam interessantes graças ao equilíbrio do modelo, caracteriza pela instância das poses e  a relação de equilíbrio entre os membros superiores e inferiores. A mudança do ponto de equilíbrio e graças também a flexibilidade do modelo. Esses trabalhos foram realizados com pastel seco, um giz de ponta grossa, o que auxilia o artista, pois ele se obriga a esquecer detalhes e retratar o todo, o que ajuda a manter a proporção da estrutura.