Páginas

domingo, 5 de dezembro de 2010

Emil Blonsky


Abominável - Grafite - A4 - 2010

          No filme de 2008, o adversário do verdão é o Abominável. Não lembro dele das hq´s dos anos 80, embora esse personagem tenha sido criado em 1967. Pelo que vi na net o visual desse personagem no filme ficou mais ameaçador do que o dos quadrinhos, que tem umas orelhas bem estranhas...
          Nesse filme o Hulk fica com um tom oliva, em vez do esmeralda do filme de 2003, e tem muito mais detalhes, assim como o Abominável.
          O legal é que os golpes do Hulk lembram os golpes da histórias em quadrinhos que lia lá nos anos 80, desenhada por Silvio "Sal" Buscema, irmão de ninguém menos que "Big John" Buscema, falecido em 2002 de câncer. Os desenhos dos dois eram bastante parecidos, se usassem os mesmos arte finalistas não era uma tarefa fácil distingui-los.
          Como toda criança saudável que gosta de monstros e vídeo game, meu filho solicitou-me um desenho do abominável. Estando de bobeira o fiz. Como usei o papel de parede que ele catou na Internet, e não tinha a parte das mãos para baixo, tive que me contentar com algumas outras fotos de brinquedos em outras posições que ele também achou na Internet e desenhar de cabeça. Além disso tive que cuidar a iluminação para ficar mais ou menos do mesmo jeito que  a parte de cima do desenho.

domingo, 28 de novembro de 2010

Mano - Bro


Mano - Óleo - 30x40cm - 2010

          Recentemente meu irmão concluiu seu curso e ao ver minhas caricaturas no blog gostou tanto delas que resolveu solicitar uma para ilustrar seu excelente blog de Gestão Empresarial. Como estou estudando um pouco de caricatura nas parcas horas vagas que tenho e ando me esmerando bastante resolvi aceitar o desafio.
          Como todo o trabalho, ele começa com estudos diversos. A primeira versão apresentada não foi aceita (como se ele tivesse o direito de escolher, já que é um presente, né mano?), contudo, considerando isto como um trabalho - já que deu trabalho - resolvi acatar a opinião do contratante.
          Como falei acima, a primeira versão foi descartada, passei então para uma pesquisa diferenciada. Depois de alguns rápidos estudos saiu algo apresentável. Pode-se ver aqui abaixo como ficou o desenho a lápis numa folha a4.
         

          Com o desenho aprovado, e ele nem esperou cor para postar em seu blog de tanto que gostou, era hora de começar o processo de pintura. Após transferir o trabalho para o mdf preparado, dei início ao processo de pintura que também foi feito nas horas vagas. Acabei corrigindo algumas coisas que me não me deixavam feliz no desenho, diretamente na pintura.
          No início desta postagem pode ser vista a versão final da pintura que escaneei (é necessário que a tinta a óleo esteja seca ao toque para poder escanear, isso leva mais ou menos uns 5 dias) e ajustei para que ficasse o mais fiel possível a pintura original. Como sempre, a compressão da imagem foi cruel e acaba chapando a qualidade pictórica do trabalho.
          Pode-se apreciar nos detalhes abaixo a textura da tinta, bem como suas pinceladas e as cores utilizadas.


          Fazendo um trocadilho infame, podemos ver abaixo o "dente" da pintura....essa foi fraca eu sei. "Dente" do inglês Tooth, é a adorável textura da tela. Ela tem o fundamental papel de segurar a tinta. Se a textura da tela for lisa demais, pode haver problemas de aderência e ela literalmente cair. É uma longa história, mas para outra postagem.
 

          Taí manão, sei que tu gostou e parabéns pelo Canudo, tu merece!

sábado, 6 de novembro de 2010

Paul MacCartney



 Paul MacCartney - Grafite - A4 - 2010


          O cara chegou! Está na cidade para começar sua turnê. Lenda viva do Rock, integrante do grupo mais famoso do mundo, ele continua tão na ativa como quando estava integrando os Beatles.
          Não pude deixar passar a oportunidade e fazer alguma coisa com ele. Uma caricatura rápida que saiu de primeira. Nas fotos que encontrei, ele me lembrou muito o Roberto Carlos,  talvez pela idade similar e pela influência de ambos em seus respectivos países. 
          Com respeitados 68 anos o cara ainda detona.
          Neste trabalho utilizei uma folha rascunho e o excelente lápis Koh I Koor.
          Seja bem vindo Paul!
        Paul também é pintor, alguns de seus trabalhos podem ser vistos aqui. Felizmente ele é bom mesmo como músico!
          Abaixo alguns detalhes desse adorável trabalho.

Natureza Morta - Still Life

Natureza Morta - Aquarela - A4 - 2006

           Para abrilhantar um pouco o blog, posto novamente um pouco de cor. Nada melhor do que uma bandeja de frutas perfumada e colorida. Em um lindo dia ensolarado resolvi pintar essa bandeja com as frutas da estação naquela época. Ao montar uma composição dessas é preciso ter em mente o esquema de cores. As laranjas ao centro ficaram com uma cor muito similar as bergamotas. A bergamota com o talo longo está mais sombreada para ajudar a separar as coisas. As pequenas maçãs a esquerda ajudam a balançar o peso das bergamotas e as bananas douradas também ajudam. Embora ainda tímida essa aquarela apresenta alguns elementos que eu vinha buscando na época. O que falei no tópico anterior: Ousar um pouco mais.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Caveira - Skull


Caveira - Mídia Mista - A4 - 2010

          Discussões sobre como desenhar uma caveira sempre estão na pauta dos artistas. Dependendo do resultado desejado, muita coisa pode acontecer. Se for um desenho realista o desenho precisar ser fidelíssimo então essa não é a forma correta. Se for uma caricatura, ou um desenho estilizado, outros caminhos podem ser tomados. Como eu não estava fazendo nada para ilustrar um livro de medicina, um caminho mais informal foi tomado.
          Fiz o desenho a lápis comum , utilizei lápis carvão para dar a ideia de sombra, caneta pincel para arte final (esse material, embora prático, ainda não me agrade totalmente, mas até serve para esse tipo de trabalho) e uma caneta técnica 0,5mm. Ao seu lado pode-se ver outros estudos a parte que são basicamente abstratos, apenas para testar a caneta e a técnica. Não tenho muito o hábito de fugir dos materiais tradicionais ou misturá-los, mas isso pode levar a formas originais de se trabalhar. Um artista não pode parar de experimentar, eu sei, mas nem sempre é fácil, ou se tem tempo. Mas vale a pena arriscar e ousar. Nosso trabalho sempre ganha com isso.

domingo, 31 de outubro de 2010

Chiaroscuro II


Estudos - Grafite e Pastel Seco - A4 - 2010

          Há uns meses postei a primeira postagem sobre chiaroscuro. Tu podes vê-la clicando aqui 
          No desenho anterior usei um lápis pastel para realçar as áreas de luz. Após pouco mais de um mês o branco havia evanescido.... Imagino que a umidade possa ter sido a causa. Há poucos dias peguei esse trabalho e o branco estava lá, sem vivacidade alguma, aparecendo apenas contra a luz. Felizmente havia comprado um pastel seco branco e retoquei. Ficou bem vívido e ao escanear ficou bem bonito. Novamente eliminei as cores do papel e deixei em preto e branco.  Não lembro quem era o senhor idoso, mas sua expressão, barba e cabelos branco deram um excelente retrato.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pintura Histórica - Historical Painting


Victor Meirelles de Lima

          Quando o cara foi para a  escola de artes (ele esteve na França e Itália) deparou-se com um currículo bastante exigente. Olha a cara dele e vê se ele achou ruim.
           Normalmente o processo de aprendizado se reduzia a 4 etapas:

          1 - Cópias de bustos e estátuas de gesso;
          2 - Modelo vivo - geral;
          3 - Modelo vivo - partes;
          4 - Roupas e drapeamento.

          O nome da matéria estudada era Pintura Histórica. Tinha até regras a serem seguidas segundo o estatuto da escola:

          Programa de estudos da aula de Pintura Histórica:

        art. 1º - Estudos de pintura copiando bustos em gesso, depois natureza morta, exercitando também cores;
          art 2º - Alunos aptos no primeiro ano estudarão o modelo vivo;
         art 3º - Quem frequentou mais de um ano na Pintura Histórica vai começar a estudar o modelo vivo , estudando também suas partes. Posteriormente as roupas e assim que possível composição de quadros históricos. Nesse ponto a escola deverá fornecer o que for necessário ao estudo do aluno, modelos, vestes, acessórios em geral.
         art 4º - Aula de 4 horas diárias, após isso se desejarem podem continuar estudando se o professor assim permitir.
          art 5º - O estudo diário do modelo vivo durará 3 horas.
          art 6º-  O professor lecionará aos alunos 3 vezes por semana.

        Agora vou comentar sobre os processos da execução da pintura, se alguém conhece William Bougueareu vai ver que a metodologia de ambos era bastante similar, o aluno chegava, desenhava e pintava, certamente era o currículo utilizado naquele período.

           Processo de execução da Pintura Histórica:

          1 - Executar o esboço (se necessário o professor indica as correções);
         2 - Desenhar a carvão ou crayon e fazer estudos parciais dos personagens que entrariam na composição;
          3 - Combinar os desenhos e os pintar em tela a preto e branco;
          4 - Dar-lhes cor.

          Fonte:
          ROSA, Angêlo de Proença e outros, Victor Meirelles de Lima (1832-1903) Prefácio de Alcídio Mafra Souza. Rio de Janeiro, Pinakotheke, 1982.

sábado, 23 de outubro de 2010

Victor Meirelles de Lima


A Primeira Missa do Brasil - Óleo - 2,70m x 3,57m - 1860 

          Victor Meirelles de Lima nasceu na cidade de Desterro. Conhecemos essa cidade atualmente pelo nome de Florianópolis em Santa Catarina. Ainda jovem viajou para a Europa. A Primeira Missa foi pintada lá e não aqui.
          Por quase dois meses ela foi exposta no Museu de Arte do Rio Grande do Sul.
          Um sucesso.
         Curiosamente quando via essa obra nos livros de história no tamanho de um selo eu não tinha ideia de sua dimensão real. É gigantesca e grandiosa.
         Essa obra foi danificada quando foi para uma mostra nos Estados Unidos e voltou num estado deplorável. Ninguém assumiu a paternidade do estrago.
         Um excepcional trabalho de restauração ocorreu em 2006 e nessa mostra do MARGS teve todo o processo exibido através de fotografia e painéis explicativos. Esse trabalho valeu cada centavo e o empenho de uma equipe altamente especializada, competente e apaixonada.
         Só quem viu ao vivo essa tela tem ideia da beleza  e da qualidade do artista. Qualidades cada vez mais difícil de se encontrar juntas.
         Não é a toa que a obra está avaliada em espantosos - e merecidos -  três milhões de dólares.
         Na próxima postagem vou falar um pouco o que o cara aprendeu lá na Europa.
         Esse trabalho pode ser visto no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ultravioleta - Ultraviolet


Ultravioleta - Digital - Arte Randy Green - Rick Ketcham - Teste de cores por Alcode

          Em abril deste ano postei isso daqui. Nessa mesma época em que fiz vários testes encontrei esse desenho dessa personagem que desconhecia. Pelo que pude perceber numa rápida pesquisa na internet sua roupa é branca. Dar cor ao branco é algo bastante complicado. O branco não é apenas branco.Também testei aplicando umas texturas na pedra.
           Não me pergunte como fiz isso, faz tanto tempo que nem lembro mais. De qualquer forma é bem divertido fazer esse tipo de estudo.

sábado, 16 de outubro de 2010

Paisagem Urbana - Cityscape


Paisagem Urbana - Grafite - A5 - 2010

          Recentemente meu filho recebeu de tema de casa a espetacular façanha de produzir um desenho de observação, cujo limite da folha era o limite da janela.
          Louvável tarefa de artes para uma escola não particular. Claro que a tarefa não é tão prazerosa para meu filho como desenhar o sanguinário espartano Kratos mutilando impiedosa e cruelmente seus adversários, mas mesmo assim era necessário realizá-la.
          Sentei-me ao seu lado e começamos a discutir e desenhar. Falei sobre a área da folha e o que colocar nela, dando uma noção espacial dos objetos.
          A professora pediu para desenhar tudo o que vissem, mas recomendei apenas a colocar as coisas que achasse importante e interessante. No lugar de um outro prédio do outro lado da rua com muitas janelas, grades, tijolos a vista, vegetação, vizinhança, fios elétricos, antenas e um céu azul, deixamos a folha em branco..
          Também não foram retratadas todas as árvores pois demandaria muito tempo.
          Como esse blogue é da minha pessoa e não do meu principal cliente, posto apenas meu trabalho. :-)
          Parabéns para a professora em propor um desafio tão grande e instigar as crianças a aprender a enxergarem o que estão olhando.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Cavalo - Horse



Cavalo - Grafite - A5 - 2010

          Numa tarde ensolarada de sábado fui na praça ao lado do condomínio para rabiscar alguma coisa que estivesse ao alcance da visão.
          Já sabia que iria retratar a vegetação local mas eis que me deparo com um cavalo pastando alegremente perto do banco onde sentei. Pus-me então a retratá-lo. Descobri que animais são péssimos modelos. 
           Eles não param quieto.
          Tive que esperar ele comer bastante e voltar a sua posição inicial para concluir o retrato do amável bucéfalo.
          Um bom exercício. Vejo muito defeitos e sinto falta de mais detalhes, mas só a prática para corrigir esses problemas.
           Espero encontrar esse modelo em breve.

sábado, 9 de outubro de 2010

Giz de cera - Chalk

Loira - Giz de Cera - A4 - 2005

          Em uma quase homérica reflexão sobre material e habilidade artística, verifiquei que um bom artista pode tirar o máximo do mínimo, ou seja, uma pessoa com uma razoável habilidade artística e criatividade pode fazer com um material barato, ou escolar, um trabalho interessante, um bom trabalho.
          Com essa ideia em mente, fiz há alguns anos um desenho baseado em uma fotografia de  uma revista, com giz de cera da loja de um e noventa e nove, que certamente não custou apenas isso. O material era  bastante rígido mas apresentava uma boa cor (não boa a ponto de ser excelente, apenas boa no sentido de ser reconhecível após sua aplicação).
          O material deu um pouco de trabalho mas consegui cumprir o objetivo do meu estudo. Isso nos leva a um segundo ponto a refletir:
          Leva-se mais tempo para obter um resultado com um material inadequado do que com um material adequado. Como reza a lenda : " A ferramenta certa para a tarefa certa".
          Para citar como exemplo as tintas de tubo, com materiais mais adequados, e que são mais caros,  economiza-se tempo na mistura das cores e na quantidade da mistura. A grosso modo podo afirmar que se um pintor pintar duas telas iguais, sendo uma com tinta de melhor qualidade e outra com a tinta mais barata do mercado, ele levará menos tempo e menos material para realizar a tarefa  usando o material de melhor qualidade.
          Isso é um ponto a considerar, mas não posso deixar de lado que a qualidade superior de um material profissional vai ter efeito no resultado final. A tinta mais cara tem maior qualidade, maior durabilidade, maior miscibilidade, maior estabilidade, maior resistência a luz e por isso maior permanência, melhor adesão ao suporte e melhor acabamento.
          Se puder utilizar o melhor material disponível, faça isso. Fazer um bom trabalho já é bastante complicado com o melhor material.
          Se não puder usar o melhor, as empresas como Winsor &  Newton, Talens, Maimeri, Golden, Lukas e tantas outras tem a linha estudante, que também é de ótima qualidade. Essa linha estudante seria o plano B. Já usei essas tintas e são ótimas, superiores a qualquer marca nacional e duram bastante.
          Se ainda assim quer pintar e não tem condições, ainda temos as tintas, pincéis ou materiais mais baratos, vão servir para a boa prática e o aperfeiçoamento.
          Além disso,  ao conseguir se adaptar ao material barato, quando pegar um material de melhor qualidade vai ver que o esforço em lidar com ele será amplamente recompensado, pois como citei no começo obterá o máximo do mínimo, porém desta vez o máximo resultado do mínimo de material.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Lápis - Pencil



Como os lápis são feitos.

          Este vídeo mostra como os lápis são feitos. Incrivelmente não fazemos ideia de como essa  maravilhosa  ferramenta é produzida. Uma mistura de grafite e argila, combinados nas mais diversas proporções e cozidas a altas temperaturas ajudam a criar os diferentes graus de dureza do grafite:
          H - São os grafites mais duros. A sigla deriva do inglês: Hard (duro). Os grafites H tem mais argila em sua composição e por isso não gastam tão rapidamente, demoram mais a perder sua ponta e o traço fica quase imperceptível. Esse grafite tende a sulcar o papel.
          B - São os grafites mais macios. A sigla deriva do inglês: Black (preto). Os grafites B tem menos argila em sua composição e por isso desgastam mais em contato com o papel. Como o grafite esfarela muito facilmente em contato com o papel ele não o sulca (a menos, claro, que se faça mais força com a mão)
          Conheço gente que gosta mais dos lápis H, ou HB que são os mais rígidos, mas conheço gente que prefere os B, meu caso, visto que faço o traçado muito leve e ele normalmente fica quase invisível. Por este motivo prefiro os lápis 2b ou 3b.
          Quanto ao peso os lápis são imbatíveis, nada é mais leve que um lápis para desenhar. (bem, na verdade carvão é, mas no mundo moderno a gente não usa carvão para escrever na escola ou empresa). Normalmente eu costumo usar lapiseira, pelo mesmo motivo que tu a use:  praticidade de transporte, não é necessário estar apontando uma lapiseira por causa de seu grafite fino e a maioria dos seus colegas deve ter uma com um grafite compatível.
          Tenho meus lápis aqui e quando faço um desenho gosto de utilizá-los. Estou gostando muito da caríssima  marca Koh-i-noor, mas tenho aqui os sempre fiéis Faber-Castell, aquele verdinho. Curiosamente não tenho os Steadtler do vídeo, mas tenho uma lapiseira Mars , cujo grafite que a alimenta é Faber-Castell B.
          Vale lembrar que, segundo o Beakman, um lápis pode escrever uma linha contínua por 5 quilômetros. Isso dá pra encher um caderno de desenhos!
          Felizmente, na sua grande maioria, os lápis são baratos e nos permitem exercer nossa criatividade, portanto podem gastar grafite a vontade para escrever, desenhar e até mesmo pintar. :-)

sábado, 2 de outubro de 2010

Retrato e Autorretrato - Portrait and Self-Portrait


Pai e Filho - Digital - 12,7x16,9cm - 2005

          Sim, é possível fazer um retrato e autorretrato ao mesmo tempo. Meu filho adorava passear na "catunda", mas assim como Milo de Crótona, senti o peso nos ombros.  Fi-lo sobre meus ombros com minhas ferramentas preferidas de trabalho. 
          Na mão esquerda espátula, lápis e pincel. 
          O sinto de utilidades Jedi com a caneta de luz.
         Usei um programa bitmap e um vetorial para a realização desse trabalho. Nenhum dos dois ficou realmente parecido, mas é aquele trabalho que a gente olha com prazer, pois tem essa historinha bonitinha para contar.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Leiaute de hq - Comics layout


Estudo HQ - Grafite - A4 - 2010

          Em maio deste ano atendi um pedido muito especial para um jovem apaixonado. Ele passou o texto do que tinha em mente e eu esbocei com base nele. Algumas dúvidas que tinha já estavam nesse estudo e outros seguiram. Muitos emails e fotos de referência e o resultado, que tenho muito orgulho, pode ser visto aqui.
          Eu estava com vontade de postar na época mas quis deixar para depois para não poluir demais aquele tópico. Outros estudos aconteceram nesse meio tempo, mas acho que esse que demonstra o leiaute das páginas em formato bem esquemático dá uma ideia do que será desenvolvido.
          Embora o estudo pareça bastante primitivo ele já apresenta a riqueza do texto que veio bem detalhado. Quando costumo fazer um esboço, aquele que é só pra guardar uma ideia, o faço de forma muito simplificado mesmo, apenas para capturar a ideia. Quando tenho tempo de retomar  tenho liberdade de adicionar ou retirar o que considero importante. Se fizer um esboço demasiadamente detalhado posso ficar preso aquela criação e acabar não mexendo depois. Mas um esboço é apenas a captura das imagens. Comentarei mais sobre isso adiante.

sábado, 11 de setembro de 2010

Rocker



Rocker - Grafite - A4 - circa 2005

          Recentemente enquanto separava material para o Al Blog, deparei-me com algumas  histórias em quadrinhos e material antigo. Por coincidência enquanto escaneava estas páginas verifiquei que o escritor do excelente texto que serviu de base para este trabalho,  JF Alves, recentemente havia se tornado um fiel seguidor do blogue. Dono de uma narrativa introspectiva e dinâmica o cara ainda tem tempo para ter uma banda de rock.
          Rocker é um cara comum que ama o bom e velho rock'n'roll e tem a sorte de atingir o estrelato. Acaba seduzido por um sistema que o corrompe e o manipula.
          Uma história que vemos todos os dias na tv, e não só com músicos, infelizmente.
          Se tiver paciência de acompanhar os desenhos, vai ter uma noção do que JF escreveu e eu tentei retratar da melhor forma possível.
           Também fizemos um estudo para outro projeto que acabou não progredindo. Depois posto se achar, essa outra era mais legal por quê tinha elementos de fantasia envolvidos na história. 

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A Fera - The Beast


Tricerátopo - Óleo - A5 - 2010

          Quem leu o tópico anterior já deve ter suspeitado pelo seu título o que estaria por vir. Do outro lado desta folha A4 está um tricerátopo. Fiz esse estudo baseado em um brinquedo. Foi uma pintura de observação feito sobre minha mesa, com esta iluminação contraluz.  Agora não lembro se fiz um esboço direto com pincel ou desenhei algo...
          Esse tipo de iluminação é complicado, é preciso ter um certo domínio teórico e prático para realizar. A iluminação da pintura do tópico anterior é mais fácil pois não lida com alguns tipos de problemas encontrados aqui.
          Sem falar que tinta a óleo é muito bom!!! 
          Tem que ser fera para usar! 
          Ô trocadilho infeliz... :)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A Bela ...- The Beauty...


Loira - Óleo - A5 - 2010

          Pintei essa jovem moça que ilustrava um encarte de jornal na parte de produtos de beleza. 
          Um estudo rápido, sem cuidado para a anatomia, eu estava interessado nas cores. Dá pra perceber que toda a pele dela tem um mesmo tom, o que acaba empobrecendo a pintura. A culpa é da maquiagem exagerada (mesmo que não aparente nas fotografias elas usam maquiagem). Pra piorar o encarte é feito com papel barato e impressão barata. Então não posso exigir muito das modelos que ali aparecem.
          Aliado a isso o fatídico fato do scanner que não captura direito as cores. 
          O mesmo acontece com as fotografias profissionais de pinturas profissionais. É complicado captar toda a nuance de tons e qualidade técnica da pintura em fotografia. Claro que dessa forma podemos ter uma boa ideia do que estamos perdendo. :) 
          Por incrível que pareça o melhor equipamento de captura de imagens é o olho humano. 
          Mesmo quando a gente usa óculos, como no meu caso.
          Por isso é importante ver a pintura ao vivo, no museu. Só lá vai ter toda a qualidade ao seu dispor.
          Há pouco tempo tivemos no Margs a primeira Missa do Brasil, do Victor Meirelles, um cara que vai ter um a postagem só dele em breve. A tela é imensa 2,70m x 3,57m. Possivelmente um dos trabalhos nacionais mais reproduzidos em livros de história, assim como o Grito do Ipiranga (o nome da tela é Independência ou Morte, pintado por Pedro Américo de Figueiredo e Melo). Claro que quando vemos no livro de História na escola a imagem tem o tamanho de um selo e não damos muita bola. Mesmo professores de história devem levar seus alunos no museu para que eles possam entender o que eles estão estudando.
          Já fui além do meu assunto. Apesar de citar o trabalho como A5 a folha é tamanho A4, mas de um lado desenhei a Bela, do outro...

sábado, 28 de agosto de 2010

Lírio Mario da Costa - Costinha



Costinha - Grafite - A4 - 2010

          O senhor Lírio Mário da Costa pra quem não sabe é o Costinha, meu humorista favorito.
          Fazia muito tempo que queria fazer algo com ele, como fiz com o Tião Macalé, contudo não achava imagens legais de referência. Achei o que procurava no U-Tubi.
          Infelizmente com uma qualidade péssima. As imagens encontradas no São Gúgol também não eram lá grande coisa.
          É complicado caricaturar o cara. Lembro ele por suas caretas, mas fazer um desenho de uma careta é bastante complicado. Captar a essência de uma careta não é fácil, então optei por uma outra abordagem. Fiz várias ilustrações e a que saiu menos pior foi essa.
          Sinto que tem que melhorar, mas como esse resultado foi-me satisfatório resolvi postar.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Quadrinhos - Comics

 
 
 

 

Quarto 666 - Grafite - A4 - 1997

          No longínquo ano de 1997 fiz meu primeiro teste de história em quadrinhos. Embora eu goste muito de histórias em quadrinhos é algo que não sei se teria saco para fazer. Dá um trabalho do cão. Gosto de vários estilos. Resolvi fazer estas quatro páginas para ver o que acontecia, se conseguia enganchar um quadrinho no outro e uma página a outra, conforme preconiza os ensinamentos de Will Eisner em seu livro de Arte Sequencial.
          Existiu uma quinta página, mas como ficou muito tosca ela foi sumariamente destruída.
         A história conta a saga de um policial em missão e como destruí a última página fica ao seu critério pensar o que pode ter acontecido no desfecho desta eletrizante narrativa. Como gosto muito de alguns artistas e nesta época um artista que me agradava era Greg Capullo, que em determinado momento desenhava Spawn, fiz algo utilizando alguns elementos que não sei se ele criou, mas que achei uma receita interessante, como no caso das veias que aparecem sobre os músculos do cara. Esses artistas de hq (americanos, nem todos claro) fazem os caras com 1% de gordura sempre, então dá pra ver músculo, veia e estriamento muscular a tal ponto de que se um cachorro ver o herói saboreando uma maçã vai sair correndo de tanto medo da visão aterradora dos músculos da face do elemento trabalhando.
          Como disse lá em cima, essas páginas foram feito em formato A4 com grafite 0,5 o que permite um maior nível de detalhamento com traços finos. Essas páginas são tão antigas que as páginas estão bastante amareladas, problema que resolvi no escaneamento ajustando o contraste da imagem.
          Vendo hoje essas páginas percebo que não tinha conhecimento suficiente para variar ângulos e perspectivas, o que tornaria a história bem mais agradável. Antigamente me agradava esse formato mais realista de trabalhar, hoje nem tanto.
          Acho que já citei aqui no Al Blog  o quanto é legal ver os trabalhos antigos depois de um tempo, eles contam a história de nossa evolução como artista.

domingo, 22 de agosto de 2010

Troll


Troll - Grafite - A4 - 2010

          Quando o filme Senhor dos Anéis foi lançado, foi uma grande revolução. Primeiramente pela aventura épica que ganhava vida com personagens reais em lugares idílicos. A outra revolução foi a tecnológica. Personagens e cenários gerados por computação gráfica atuavam de maneira bastante natural com personagens reais, e em certos momentos até mesmo os personagens reais eram substituídos por personagens gráficos sem que ao mínimo percebêssemos. Claro que ao olhar para um filme um quaquilhão de vezes, percebemos essas coisas.
          Um dos meus personagens favoritos foi o Troll, uma criatura sinistra que obedece aquele clichê cinematográfico e também históriaemquadrinhográfico: Quanto maior o cara, menor sua inteligência. No livro O Hobbit os trolls são criaturas com inteligência (mas não muito, claro).
          Fiz esse desenho e um Nazgul, que também gostei bastante, mas posto outra hora.
          Não fiz um retrato fiel do filme, fiz do meu jeito. Ficou bastante humanizado
          Dois anos mais tarde, quatro anos atrás, fui pintá-lo, mas havia um problema, adicionar um fundo. Como no filme citava "troll das cavernas" fiz ele em seu habitat natural. Percebam que modifiquei algumas coisas.


          Insiro aqui uma montagem que mostra o que eu tinha e o que foi criado depois e alguns detalhes.  Nesse caso, mesmo um fundo mais simplificado exige um conhecimento mínimo de perspectiva para que não fique com um aspecto esquisito. 
          Quando a pintura toma uma proporção maior, ao ser reduzida ela perde muitos detalhes, por isso é bom ver os trabalhos no original. Ao deixar essa pintura no tamanho original de 3500 pixles de largura por 3147 pixels de altura, ou 29,63cm de largura por 26,64cm de altura (quase um A3) e ver a imagem que postei que tem aproximadamente 551 x 495 pixles percebe-se o quanto se perde na compressão do arquivo.
          Tenho a imagem finalizada impressa em tamanho 26x23 e a imagem tem um brilho pelo papel e pelas cores utilizadas.




quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Estudos com Nanquim - Black India Ink Studies



 Estudos com Nanquim - Nanquim - A5 - 2010

          Dando continuidade aos estudos realizados com Nanquim comecei a analisar o trabalho dum cara que lida com histórias em quadrinhos e trabalha basicamente com preto (e branco do papel). Eu estava afim de estudar o preto e branco, mas não dos caras clássicos e sim de algum contemporâneo, para variar um pouco. Conheço seu trabalho há alguns anos e recentemente comprei um livro com seus trabalhos. O nome dele é Mark Schultz e até o presente momento ele não tem site, para piorar ele tem um homônimo que lida com outro tipo de arte, a música. Não se confunda. O original é ilustrador e escritor. Além de desenhar bem pra caramba o cara escreve suas histórias. Um quadrinista autoral. Atualmente está escrevendo as histórias do Príncipe Valente. A mais importante saga dos quadrinhos mundial de todos os tempos. Para se ter uma ideia, Príncipe Valente é de 1937, um anos antes do Super-homem e dois antes do Cavaleiro das Trevas, se não me falha a memória. Foi inicialmente criado por Hal Foster que queria criar suas próprias histórias. Nesse momento um outro grande nome surge: Burne Hogarth, mas é assunto para outra postagem. Se for falar de Hal Foster vou precisar de outro blogue, porquê esse é outro dos bons duma excelente safra dos ilustradores do século XX.
          Voltando ao assunto do Nanquim. Mark Schultz trabalha com pincel, pincel seco e bico de pena. Como era feito tradicionalmente, porém com uma abordagem menos rebuscada, porém igualmente cativante. Para quem acreditava que não se ilustrava mais em preto e branco, o cara faz isso com maestria. E fica muito bonito num livro impresso. Imagine num livro eletrônico! Gostaria de dizer que o trabalho dele é original, mas não acredito que seja. Seu traço me lembra em muito a época de quadrinhos do recentemente finado mestre Frank Frazetta , ele tenta emular o mesmo estilo, com parafernália tecnológica retrô, felizmente seu traço tem singularidade. E suas histórias de Cadilacs e Dinossauros são muito interessantes.
          Eu já havia feito alguma coisa nesse sentido, porém fazia muitos anos que não usava Nanquim. É uma linda tinta e ao explorá-la com pincel chato, uma coisa que nunca havia feito, descubro novas possibilidades para uma velha receita. Existe também alguns estudos de aguada. Nanquim, como já devo ter citado no Al Blog ainda é muito utilizado pelo pessoal que faz histórias em quadrinhos. Dá um fino acabamento ao lápis, adicionando beleza ao trabalho impresso. Muitos tem feito arte final digital, mas se valoriza muito o traço feito de forma tradicional também.

sábado, 14 de agosto de 2010

Estudando os Mestres - Master Study


Estudo  - Acrílico - A5 - 2010

          Aprendemos por repetição.
          Copiando o que vemos e ouvimos.
          Assim que as crianças aprender a falar.
          Elas são corajosas.
          Imagina se alguém chega e te larga lá num país estranho sem tu nunca ter aprendido a falar uma única palavra. Um adulto entraria em pânico. E ninguém teria paciência de ensinar a ele o idioma como se ensina a uma criança.
          Artistas também aprendem por repetição. Praticando e praticando.
         A última postagem do Super Pato me fez lembrar uns 30 anos atrás, com uma revista em quadrinhos de patos em mãos, eu e meu irmão fazíamos cópias. Incansavelmente. Sim, meu irmão era um excelente desenhista. Lembro vagamente de analisar meu desenho com o da revista em quadrinhos  para ver se estava "perfeito". Acho que estava.
          Esses foram os primeiros contatos com cópia. Não se copia como uma máquina copiadora. Se copia em busca de um entendimento do que foi feito e como se chegou aquele resultado. Não apenas isso, mas também o que pode ser feito para corrigir eventuais erros e melhorar o seu trabalho.
          Antes de começar mais um dia de trabalho, Chopin se exercitava por uma hora ou duas tocando Well-Tempered Clavier de Bach, com o objetivo de absorver a essência do mestre. :)
          Artistas também podem e devem fazer o mesmo. Pegue obras clássicas, ou de seu agrado e faça um pequeno estudo colorido para ter um entendimento do que foi feito.
          Fiz este estudo baseado no trabalho dum Húngaro pra lá de phodão: Gyula Benczúr. Quer ver o trabalho do cara? Dê uma Googleada.
          Estudo feito com acrílico sobre papel. Fiz um rápido esboço com caneta e comecei a pintar com algumas cores na paleta.
          Sendo feito deste tamanho não é possível pensar em detalhes. A gente pensa mais na composição e na harmonia de cores; na solução encontrada pelo artista com uma composição agradável aos olhos.
          Alguns museus, mas só os chulés, como o Louvre, permitem que tu coloque teu cavalete na frente dum trabalho clássico e faça uma cópia. Imagino que tenha que ter alguma autorização para isso, naturalmente, mas é possível estudar avidamente grandes trabalhos e aprender com eles.
          Mas isso é só pra museuzinho. Museu sério como os nossos aqui no Brasil não permitem isso. (Bem, não sei ao certo, mas nunca vi ninguém aqui no Margs fazendo isso, não sei quanto aos outros estados. Se alguém souber me avise que atualizo este tópico com o devido crédito.)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Super Pato - Paperinik


Super Pato - Grafite - A5 - 2010

          Normalmente escrevo os títulos das minhas postagens em português e inglês, mas desta vez ao procurar o nome original do personagem descobri que ele é italiano.
Curiosamente na minha rápida pesquisa pela Wikipédia não me mostrou o nome em inglês, e uma rápida Googleada com o nome Superduck apresentou-me outro personagem.
Muito dos quadrinhos Disney que lemos no Brasil ou são feitos aqui mesmo ou são feitos na Europa. Não quer dizer que artistas naturalmente americanos não os desenhem. Keno Don Rosa é o melhor exemplo. Paradoxalmente a Disney estadunidense não produz e atualmente não está publicando quadrinhos. Ela não é uma empresa de quadrinhos.
          Disney é uma indústria de Entretenimento. :)
          O motivo de postar o Super Pato, alter ego do querido Pato Donald é que ele foi a causa do recente acidente envolvendo tinta Nanquim aqui em casa, já explicado há algumas postagens. Vi uma revista no supermercado e não resisti. Sempre gostei do Super Pato e quis apresentá-lo ao meu filho.
          A ideia era desenhar rapidamente e fazer uma arte final no estilo do desenho. Bem, o desenho está pronto. Só falta arte finalizar!

sábado, 7 de agosto de 2010

Modelo Vivo - Life Model

 



Modelo Vivo - Carvão - A5 - 2010

          Na última postagem falei de chiaroscuro. Disse que poderia ser feito com carvão. Carvão é uma mídia ideal para estudos e para desenhar esboços numa tela, por exemplo. Também é uma forma de arte em si. Existem excelentes trabalhos feito com ele. Um dos motivos de ser usado por artistas é por sua fácil correção. Basta passar a mão e já está (quase) tudo limpo. Não dá para usar borracha na tela. : )
Uma excelente artista que agora está no acervo do Margs é a Angelina Agostini. Sim, ela é filha daquele outro famoso membro da família Agostini: Ângelo.
          O carvão por suas características é muito sensível e demanda muito cuidado na conservação de trabalhos realizados com ele. Existem vernizes específicos para grafite e carvão. Existem alguns livros (não sei se em nosso idioma) com técnicas de como realizar belos trabalhos com essa mídia.

domingo, 1 de agosto de 2010

Chiaroscuro


Estudos - Grafite e Giz Branco - A4 - 2010

          Há alguns meses comprei um pacote de papel reciclado com o intuito de imprimir documentos para uso pessoal. Naturalmente, também está sendo usado como papel tonado para desenho. 
          Fiz alguns esboços baseados em fotos de jornal e dei um toque de luz com um lápis pastel branco. 
          Há alguns séculos essa técnica é usada como forma de estudo de luz e sombra, ou como se chamava antigamente: chiaroscuro.  Consiste no estudo do volume através do contraste do claro e do escuro, como o próprio nome sugere. O escuro pode ser feito com lápis, como fiz, com carvão, com aguada de Nanquim ou com Nanquim puro. A luz pode ser feita com giz branco como foi utilizado nesse estudo, ou se o papel for numa gramatura a partir de 200 gramas, com guache ou acrílico. Pode ser feito com  óleo também. Antigamente se fazia um estudo tonal imediatamente antes da pintura com o intuito de solucionar determinados problemas que poderiam acontecer no decorrer da pintura com cor. Também era feito em busca de um maior efeito de luminosidade na pintura final e de mais profundidade nas sombras. Lembrando que antigamente os pigmentos não tinham a pureza dos atuais e se pintava de uma forma diferente justamente por não se conseguir os efeitos da forma como eles acontecem hoje em dia.
          Muito se especula da forma como se pintava há quinhentos anos. As tintas mudaram e os artistas também. O que se faz hoje é adaptar o conhecimento remanescente dos tempos "doirados" às novas mídias, criando uma forma de arte muito mais bonita e natural.
          Esse tipo de estudo pode ser feito sobre papel de preço acessível como o jornal e o  craft ou sobre os mais nobres, como o Canson Mi Teintes em diversas cores, ideal para trabalhos com pastéis.

domingo, 25 de julho de 2010

Caricatura - Caricature


Caricatura- Aquarela - A5 - 2010

          O computador pifou.
          De novo.
       É estranho perceber como nos acostumados a viver conectados a lá Mêitricz. Quando o computador pifou tive tempo para brincar com mídias tradicionais e descobrir coisas novas. Li essa semana em um jornal - online - que daqui a 50 anos as pessoas estarão ainda mais conectadas. 
          Como o tornozelo de um prisioneiro e uma bola de ferro.
          Por isso gosto tanto de tinta de verdade.
          Essa aquarela foi feita há alguns meses e como normalmente faço, vou postando a medida do possível.
          Ou quando o computador não está pifado.
          Sempre tentando melhorar um pouco as cores.

domingo, 11 de julho de 2010

Ursomem - WereBear


Ursomem - Grafite - A4 - circa 2003

          Quando descobri a Internet e posteriormente a Central de Quadrinhos, eu não tinha nem scanner e nem sabia o que era um fórum, tampouco fotoxópis ou pêinter. Desenhar era uma coisa feita muito esporadicamente, apenas no tempo livre do tempo livre.
          Achei o lugar muito interessante e rico em conhecimento, como ótimas propostas e excelentes trabalhos, assim como excelentes artistas. 
          Havia em torno de 200 usuários cadastrados.
          Não lembro quem, fez um comentário sobre a habilidade de desenhar, dizendo  que desenhar era "fácil" - não fácil no sentido de ser molezinha, mas fácil no sentido de que retratar qualquer coisa que exista, como uma paisagem, um modelo ou qualquer coisa que está diante do artista fosse menos difícil de fazer do que criá-la de imaginação. 
          Como se pintar ao ar livre, ou um modelo vivo, ou uma natureza morta fosse muito fácil. 
          Adendo:
          Nos anos 90, quando a Disney ainda tinha a divisão de desenhos 2d, e eles estavam sempre a procura de novos artistas, o artista interessado em ingressar no estúdio deveria apresentar um portfólio de trabalhos como pinturas ao ar livre, modelo vivo e natureza morta. Eles diziam que depois ensinariam a desenhar o Mickey, mas era necessário sólidos conhecimentos em artes, pois o nível das animações Disney estavam altíssimas.
          O Mickey é uma criatura que saiu da imaginação de um carinha chamado Ubi Iwerks ( e, naturalmente, Walt Disney), paradoxalmente, Sr. Iwerks mal concluiu o ensino médio.
           Fim do adendo.
          Lembro que ele citou sobre um desenho de um menino que se transformara em urso e sobre demonstrar essa transformação em uma ilustração. Tentei fazer esse desenho e ver no que dava.
           Eu pensei que esse desenho nem existia mais. Foi feito no verso de uma folha rascunho.
           E hoje a Central tem mais de seis mil usuários

domingo, 27 de junho de 2010

Acidente - Accident


Tricerátopo -  Grafite - A5 - 2010

          Sábado é dia de ir as compras.
          De material artístico!
          Sempre quando vou comprar material artístico compro o que não preciso e gasto mais do que deveria.
          E ainda é pouco.
          Nesse fim de semana comprei Nanquim chinês (barato e fedorento), três bicos de pena e dois cabos de suporte. Somando ao bico que eu já tinha, terei quatro bicos de penas,  mas ainda faltam dois cabos para deixá-los todos prontos. Material novo, ânimo novo.
          Hora de se divertir e pintar e sujar a casa, mesa, chão, mãos, unhas e o que se encontrar no caminho dessa mídia interessante e fundamental para a história da arte. Oriunda da China e conhecida por lá há pelo menos dois mil anos.
          Naturalmente meu pequeno pupilo adorou e decidiu se aventurar.  Enquanto eu estava fazendo um desenho do Super Pato, para arte finalizar com a tinta, ocorreu o acidente. Como estávamos na sala e sempre coloco papel sobre a mesa quando vou pintar -  um requisito imposto pela esposa. Ele levantou o papel base e o vidro virou derramando mais de dois terços da tinta preta e sujando tudo pela frente. Felizmente não caiu no chão, ficou apenas sobre a mesa. Mas sujou meu sketchbook que mandei fazer em tamanho A5 com um pacote de Canson 200gr A3 e encadernar. Boa dica para economizar :)
          O mais afetado foi a primeira página que continha um Tricerátopo, aquele bichinho meigo que podia chegar até 9 metros de comprimento, 3 metros de altura e mais de 6 mil quilos. Aqueles dois chifres na cabeça tinham até um metro de comprimento. Armamento para fazer qualquer carnívoro pensar duas vezes antes de enfrentá-lo.
          Como foi um acidente apenas fiquei chateado...desculpe o pai ter ralhado contigo filhão. Depois faço outro tricerátopo.
          Ou qualquer outro membro da família dos ceratopsídeos.
         Acidentes sempre acontecem com quem trabalha com tinta de verdade. Quem nunca deixou o lápis cair ou o pincel voar com tinta? Quem nunca virou nanquim antes? Já tomei banho de nanquim há muitos anos, virou da mesa sobre minha perna. Eca!
          Mesmo a caneta da tablet sai voando de vez em quando. Por isso sempre a guarde no compartimento atrás dela, nunca no suporte, a menos quando vá usar com frequência. Quando levanto para fazer qualquer coisa boto ela atrás da tablet por hábito. Uma bola de futebol pode entrar a qualquer momento pela porta e acertá-la.