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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Cor Digital em HQ - Digital Color in Comics



Superman 660 - Digital - Arte por Mike Manley - Teste cores por Alcode

          Há algum tempo estava testando fazer cor digital no estilo quadrinho americano.
          Páginas prontas para essa finalidade existem as pencas por toda a Internet. Para colorir quadrinhos tive que me aventurar pelo universo Adobiano. Usei então aquele programa preferido por 10 entre 10 coloristas profissionais de histórias em quadrinhos.
          Precisei me ambientar com a interface totalmente diferente do que estou acostumado e após inúmeras horas dedicadas para cada página aí está o resultado do trabalho.
          A ferramenta sem dúvida agiliza o processo, ela tem recursos bem interessantes e o trabalho final fica com um aspecto bem razoável.
          Há alguns anos os coloristas tem recorrido aos mais diversos recursos desse programa específico para dar um melhor acabamento as suas páginas, tirando essa cara de "seleção-gradiente" em direção de um resultado mais artístico e orgânico, o que, no meu ponto de vista de artista e consumidor me agrada muito.
          Claro que mais uma vez, nesse mercado,  o prazo é algo que determina a qualidade.

domingo, 11 de abril de 2010

A Fronteira Final - The Final Frontier


Espaço II - Gouache - 20x14,5cm - 1996

          Esse segundo trabalho também foi feito com guache. Dessa vez utilizei tons mais quentes no centro da galáxia, não sei se isso corresponde a realidade, nem mesmo sei se a forma da galáxia está correta perante a ciência. Creio que utilizei guache da Talens aqui, acho que só comprei os Caran d'Ache alguns anos depois e gostei muito deles. Numa rápida visita não vi os guaches, mas depois de experimentá-los ouso afirmar que são de altíssima qualidade, comparáveis aos Talens e W&N. Creio que eu usava esses guaches importados por que não havia guache ou aquarela nacional e acho que ainda não há. Não pense que essas tintas são baratas, pois não são. Essas grandes empresas normalmente tem duas linhas de produtos: Estudante e Profissional. Sim. Usei a linha estudante. São mais acessíveis (ainda assim bem mais caras que as nacionais) e com uma excelente qualidade (ainda assim de qualidade superior as nacionais). Tenho um livro que diz que até dá para usar tinta nacional, mas pelo menos o branco tem que ser importado. Tô começando a entender o por quê...
          Só falei de algumas empresas que fazem tinta da melhor qualidade, mas existem muitas outras.
          Produtos nacionais são bons, mas nem tanto e tem um bom preço.
          Guache é uma tinta a base d'água, assim como a aquarela, e tem um grande poder de cobertura graças a sua opacidade. É bem prazerosa de utilizar e existem alguns estojos para estudantes (importados, porém acessíveis), se tiveres um troquinho sobrando vale o investimento pela versatilidade da tinta.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Espaço - Space


Espaço I - Gouache - 20x14,5cm - 1996

           Espaço: A Fronteira Final! Já rezava uma lenda Vulcana. Cenas de espaço são sempre legais, houve uma época que aquela senhora amiga do tio Sam, a dona Nasa, ao fazer seus projetos utilizava ilustradores -  e ela ainda os utiliza, calma que chego lá - naturalmente utilizava uns caras muito do macanudo, caubóis das tintas, mascavam fumo e não morriam de câncer, to falando de cara durão mesmo.
          Hoje, claro, a Nasa ainda usa ilustradores, tão bons quanto os antigos, a única diferença é que utilizam a ferramenta mais potente desde da invenção da tinta a óleo: o software gráfico, com seus recursos virtualmente ilimitados.
          Em 1996 eu usava exclusivamente guache, por três motivos: 
         1 - Usá-la como se fosse aquarela;
         2 - Usá-la como se fosse guache mesmo e;
         3 - Por questões econômicas. 
        Imagine comprar 5 cores de guache + 5 cores de aquarela e assim por diante? A brincadeira ficaria cara. Se o artisan ainda não entender muito sobre cores e vai na onda do vendedor acaba levando todas as centenas de cores disponíveis e indo a bancarrota por isso. Ocorre-me agora de comentar sobre paleta de cores básicas para inciantes. Fica para uma próxima postagem.
          Esse trabalho foi feito com guache sobre papel branco. O papel foi pintado de preto e depois veio a fase da galáxia e as estrelas em torno dela. Nessa época ainda assinava com meu primeiro nome. Hoje assino com primeiro, nome do meio e último nome. :)
          Olhando agora dá até saudade dessa mídia e sim, tem uns caras por aí que ainda usam e mandam bem pra caramba, como os caras da Nasa.
          A propósito, as estrelas foram a parte mais fácil de fazer da pintura :)

sábado, 3 de abril de 2010

Experimento de cor - Color Experiment

          Há algum tempo quis demonstrar para meu jovem filho como as cores se formam. Nada melhor do que elas mesmo realizarem o trabalho diante de seus lindos olhos sedentos de conhecimento.
          Naturalmente uma breve explicação sobre teoria de cores antecedeu a demonstração desse experimento científico. Veio a parte divertida: pintar. Enquanto pintava o pião ele aguardava ansiosamente para ver a mágica acontecer diante de deus olhos.
          Como podem ver na foto abaixo, o pião foi pintado com cores primárias (afim de demonstrar cores secundárias quando em ação. Se não sabe o que é cor primária, não entre em pânico, explicarei numa próxima postagem). Vermelho e amarelo (devem apresentar o laranja), amarelo e azul (devem apresentar o verde) e azul e vermelho (devem apresentar o lilás).


          Acho que agora entendo a expressão "pião pra toda a obra". O coitado se lascou de tanto bater nas paredes do condomínio, como pode ser visto na foto abaixo nas mãos do meu sagaz assistente.


          Agora a teoria posta em prática. Na parte de cima do pião, misteriosamente as cores não se misturaram como eu previa. Fiquei queimando neurônio para tentar entender o por quê. O que dá pra perceber na foto abaixo é, da parte de cima do pião para baixo: Lilás, aqui a mistura funcionou perfeitamente e é até fácil entender, usei azul ultramar e o crimson (desculpe, quando eu escrevo crimson leia vermelho :-) ). Azul ultramar tem por si um tom lilás ao seu fundo. Percebe-se isso bem de onde a luz incide, à direita. Na parte central o amarelo e o azul formaram apenas um tom imperceptível de verde, meu erro aqui foi pintar as duas metades do pião com a a mesma quantidade de tinta. Acabei misturando luz e pigmento, física e química, sem o devido conhecimento. Eu deveria ter feito a parte azul maior e deixado menos espaço para o amarelo(ou seria o contrário...). Não previ isso. Na parte inferior do pião o crimson(digo, vermelho) e o amarelo fizeram um tom laranja igualmente tímido, ainda assim melhor que o verde. Ajustei as fotos um pouco no brilho e contraste afim de demonstrar as cores da melhor forma, sem alterar cor para favorecimento da teoria.


          É difícil ver as crianças brincando com esse tipo de brinquedo hoje em dia, então um estímulo de curiosidade desses vem bem a calhar.