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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Coração dos Andes - Heart at the Andes


Heart at the Andes - 168 x 302.9cm - óleo sobre tela - 1859

          Ocorreu há pouco tempo no MET (Metropolitan Museum of Art) uma mostra com um  trabalho de Frederic Edwin Church. A tela intitula-se Coração dos Andes. O cara foi uma figura importante no movimento Hudson River School (Escola do Rio Hudson). Elogiar o trabalho seria redundante. É necessário muito conhecimento técnico e sensibilidade para pintar uma paisagem com essa complexidade e tamanho (168x302,9cm). Segundo o próprio texto do site do MET: "Esta pintura foi inspirada na segunda viagem de Church a América do Sul na primavera de 1857. Em suas nove semanas de viagem ele esboçou prolificamente...Muitas aquarelas remanescentes e desenhos contém elementos achados neste trabalho...A pintura foi exposta em 27 de abril de 1859".
         Temos um problema aqui...esta imagem não existe, ela é o resultado de uma complexa composição baseada em desenhos e estudos de cores de diversos locais, como diz a matéria que inspirou este tópico no site Lines and Colors de autoria de Charley Parker  . Talvez a palavra impressionante fosse um elogio adequado, apesar de não ser o melhor, para este tipo de trabalho.
           Mas o mais legal disso tudo é que o site disponibiliza a imagem em alta resolução para apreciarmos o trabalho do cara. Clique na palavra fullscreen para vê-la em tela cheia e depois que abrir a nova tela na seta voltada para baixo no canto a direita! Dão um ótimo papel de parede e serve de inspiração para os apaixonados por belas obras de arte. Logo abaixo em Relatad Posts na guia Artworks tem mais dois exemplos do trabalho do cara. O Mar Egeu e o Partenon. Vale a pena dar uma clicada nas imagens!
          PS: Quando é que o MARGS vai colocar as imagens em alta resolução em seu site para agradar e atrair visitantes???
          

domingo, 4 de dezembro de 2011

La Loba


 La Loba - A3 - Aquarela - 2011

           O texto do livro Mulheres que correm com os lobos lido pela Professora Ana não me trouxe grandes insights, mas consegui formar uma pré-visualização da descrição de La Loba, a mulher errante que sabe-se lá por que coleciona ossos e madeira. Talvez pelo mesmo motivo que eu pinte e goste de blogar!
              A primeira imagem que formei  trás ela carregando uma bolsa onde leva os objetos que ela cata em suas caminhadas. Gostaria de agregar o ar  de nativa americana que foi descrito no texto e nesse primeiro esboço não aparece. No trabalho finalizado no começo deste tópico aparece ela com as mangas de seu sobretudo dobradas, dando a impressão que ganhou usada na campanha do agasalho. Os ossos no cinto também tem essa função de enfeite e objetos ritualísticos da cultura indígena estadunidense. Acredito que o rosto com ossos largos e cheio de rugas ajudam a dar a impressão da raiz indígena da personagem.


          Abaixo dois detalhes com informações de cores e detalhes do rosto, feito com pincel e bico de pena.




sábado, 26 de novembro de 2011

Dando Forma - Shaping Out


Gabriela - A1 - Grafite - 2010

          Como prometido segue um tópico especial sobre a estrutura do desenho. Nossa querida modelo  mais uma vez cedeu seu precioso tempo e disposição em nome da arte. Como essas poses eram longas justamente para estruturar o desenho e dar um certo acabamento, a sessão rendeu bastante. Ao clicar na imagem acima poderá perceber várias linhas de construção, quase como um esqueleto, como no tópico anterior. Feito bem fraquinho com lápis. Lembrando que neste momento de esboçar é permitido errar a vontade a estrutura geral, pois é errando que se aprende! Vemos a coluna, o cotovelo, uma linha no meio da perna estendida e a marca do quadril. Depois disso veio o detalhes. Dedos de sua mão direita e sombra.
                    Logo abaixo dá para ver o esqueleto a esquerda. Perceba que é aquela história da figura palito. Nos desenhos vemos o esqueleto a esquerda, e vejam que coisa mais impressionante: consigo desenhar todo o braço que não consigo ver na figura finalizada. No desenho da direita não dá pra ver o esqueleto palito, isso por que passei do estágio 1 - desenho palito, para o estágio 2 - blocagem, que seria estruturar a partir de blocos. Aquela velha história de cilindro para as pernas, cubo para o tronco e esse tipo de coisa, exatamente como o manequim de madeira. No estágio 3 seria o momento de finalização do desenho (sem ainda colocar luz e sombra, por favor, sei que é uma tentação dos infernos, mas ainda não é a hora.). Essa é a hora de dar a forma final a linha. Depois que o desenho estiver pronto, aí sim é a hora do acabamento, que são as luzes e sombras. O rosto está na sombra, mas faltou botar a sombra na parte de trás do corpo. No desenho da parte inferior o mesmo exercício com outra pose.



          E de novo e de novo! Claro que estas não são poses de 40 horas, por isso a Gabriela tem hora que parece que tem 1,80 de altura e outras que parece mais baixa com seus 1,60. Como não sabíamos quanto  tempo duraria a pose não tínhamos como ficar medindo. Mas não é desculpa, era preciso ficar atento e estruturar corretamente.


          Neste desenho que gostei tanto ela ficou cabeçuda e não deu tempo para um sombreado sugerido.


          Vejam vocês o que precisa fazer um modelo em nome da arte. Duvido tu ficar meia hora nesta posição ingrata! Lembro dela falar que os braços ficavam tremendo e a gente sempre incomodando para ela elevar a perna.
   

           Ufa...depois de um árduo dia de poses, um repouso merecido!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Era uma vez No Oeste - Once Upon a Time in the West


Era uma Vez no Oeste - A4 - Aquarela - 2011

        "Cráçico" do cinema internacional!! Imagine-se na situação de ficar sustentando seu irmão com uma corda no pescoço com seu corpo franzino de adolescente. Com essa premissa pra lá de cafona,  Sérgio Leone, Ennio Morriconi , Charles Bronson, Henry Fonda e grande elenco transformaram este filme num clássico. A melhor parte do filme são os 10 minutos iniciais.
          Nada mais a declarar!

sábado, 12 de novembro de 2011

Rapidinhas - Quickies


Estudos  - A1 - Pincel Atômico - 2010

          Um bom estudo, (bastante demandante do artista, tanto quando do modelo, acreditem) foi tentar capturar o movimento em cenas que mudam ao piscar dos olhos. Enquanto o modelo masculino dançava era preciso capturar as mais diversas poses. Perceba que algumas imagens estão bem figura palito: reto, estáticos, sem ação. Isso porque certamente perdi tempo tentando pensar em como resolver esta situação. Aí está o erro! Tem que soltar o braço (isso significa, dentre outras coisas, tirar o pulso do papel. É difícil eu sei) e iniciar pela parte mais importante do desenho. Qual é?
           Imagine-se em frente ao espelho, comece a agitar os braços e pernas desesperadamente, antes, contudo, feche as portas e as janelas, ou alguém pode chamar o manicômio :). Qual é a parte que menos se mexe no seu corpo? Se mexer demais o seu eixo pode perder o equilíbrio, então a parte em que se encontra a coluna é a mais estática. Isso mesmo, seu tronco. Ao mesmo tempo que a coluna indica sua postura, na sessão de modelo vivo percebi que o que precisamos é capturar o movimento do eixo principal: a coluna.
          Neste primeiro desenho acima, veja se consegue observar que os braços formam uma única linha diagonal. Enquanto que a coluna, cabeça e perna esquerda do modelo forma uma única curva, a perna direita está mantendo o equilíbrio naquela pose.
          No desenho abaixo os braços se alinham a coluna. E as pernas?
         


          Esta daqui está fácil. Tem a forma de uma cruz (levemente arqueada, é verdade). Trabalhar com pincel atômico (ou um pincel largo) é bom pois te obriga a esquecer os detalhes e ir direto ao ponto. Se estivesse usando um lápis, certamente ficaria tentado a criar dedos e olhos e orelhas. Com o pincel não dá, não! É bem frustrante, mas é por uma nobre causa!

          Bah. mas quem foi que fez esses daqui..tá horrível! Não fui eu não, juro!! :)


          Artistas que trabalham com quadrinhos e a quase extinta animação 2d costumam esboçar seus trabalhos deste jeito para conseguir espontaneidade. Depois vem o processo de dar corpo aos esboços. Vou demonstrar isto em outro tópico, talvez o próximo. Alguns conseguem dar vida aos seus desenhos desta forma.


          Fazer desenhos rápidos é um ótimo exercício, mas não são uma forma de arte em si (ou são?). São importantes pois ajudam o artista a soltar seu traço, melhorando sua gestualidade e espontaneidade. Servem como aquecimento e registro para futura análise e quem sabe, uma referência para uma obra de arte finalizada.


           Se tu gosta, ou conhece alguém que gosta de desenho, e fica maravilhado a ver esses tipos de rabiscos, não se preocupe, isso e perfeitamente normal (para estas pessoas, claro).  Conheço muitos artistas que gostam mais de ver estudos e esboços do que pinturas finalizadas, pois tais estudos são o raio X do processo e revelam preciosos detalhes, tal qual  um achado arqueológico.     


          Até a próxima e bons rabiscos!





domingo, 16 de outubro de 2011

Reme o Barco - Row your Boat


Star Trek V - A4 - Aquarela - 2011

          Praticando com aquarela para tentar melhorar alguns pontos fracos. E nada melhor do que Star Trek V para exercitar. Complicado criar o ambiente frio noturno e a temperatura quente da fogueira, mas como o filme já se deu a este trabalho, aqui está um estudo concluído. As figuras estão esquisitamente feias, eu sei, mas fiquei feliz com o resultado. As cores selecionadas também ajudaram. Azul ftalo é um auzl frio e que não serve pra muita coisa, mas nessa pintura ajudou a criar o tom frio necessário. McCoy, Kirk e Spock em volta duma fogueira cantarolando alegremente.  Esta imagem vem da cena final. É difícil arrumar uma cena deste tipo em filme de ficção cientifica.
         Ah..a propósito: " A vida não é um sonho."

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Paisagem Aquarela - Watercolor Landscape





Paisagem - A4 - Aquarela - 2011

          Aquarela é de longe uma de minhas mídias favoritas. Tá ali com óleo. Mas eu queria ser bom, bom mesmo. Tipo o Cárcamo, ou o Lélis, ou o Alarção. Acho que já citei aqui no blogue que ser autodidata significa ter o pior professor disponível, pois ele não sabe nada. O progresso é lento. Teimosia, insistência e persistência pagam seus resultados.
          Andei praticando de alguns imagens de filmes, pausa no dvd, rápido esboço e tinta. Como o do Hellraiser que postei há algumas dias. Essa paisagem me alegrou muito por diversos motivos: Acredito em meu parco conhecimento ter conseguido uma boa atmosfera (perspectiva áera ou espacial), a composição ficou interessante (apesar de ser uma cópia de uma imagem existente) as cores não ficaram tão "lavadas" (como costumo fazer).
            Esta aquarela foi feita com papel Canson 200 e aquarela. A imagem veio do dvd Benhur, sempre lembrando que se for um estudo sem fins lucrativos dá pra fazer isso. Mas se quiser vender monte sua composição ou pinte ao ar livre (plein air)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Estudos de Movimento III - Movement Studies III


 Estudos Diversos - Diversos Tamanhos -  Pastel Seco - 2010

          Mais uma divertida leva de estudos gestuais para soltar o traço. Aqueles que apresentam o corpo como uma forma mais definida são as poses mais longas. E chega de estudo por enquanto!!









domingo, 11 de setembro de 2011

Estudos de Movimento II - Movement Studies II


Estudos Diversos - Diversos Tamanhos -  Pastel Seco - 2010

          No primeiro e último desenho desta sequência percebe-se a simplificação da forma para capturar a pose e posteriormente dar um acabamento ao desenho. Nestes fiz apenas os esqueletos mas não pude finalizar.


         Algumas poses são mais expressivas que as outras, aqui em cima a esquerda  exagerei na curvatura da caixa torácica sobre a barriga e a perna dobrada, enquanto que a pose da direita não é muito interessante, talvez devido a impossibilidade de se ficar de pé nesta posição, a não ser que se esteja caindo.



          Esta posição requer força e equilíbrio, ela  ficou naturalmente mais convincente que o desenho acima a direita, pois se percebe o equilíbrio para efetuar tal pose. A complexidade da pose e o curto período que o modelo a manteve representam um grande desafio para os artistas, visto que normalmente não vemos as pessoas de cabeça para baixo. É mais difícil entender o corpo nestas posições escorçadas.


          Acima a pose ficou um tanto estranha, não se percebe que isso é um corpo masculino. Acredito ser interessante capturar o gênero do desenho. Abaixo apesar da simplicidade, se percebe o movimento e o equilibro em ambas as imagens.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Estudos de Movimento I - Movement Studies I


Estudos Diversos - Diversos Tamanhos -  Pastel Seco - 2010

           Em 2010 tive a oportunidade de desenhar modelo vivo, este foi um exercício onde o modelo masculino dançava e era necessário fazer estudos rápidos, a fim de capturar o movimento. Isso se mostrou uma tarefa difícil, visto que enquanto o pastel começava a correr no papel o o modelo já tinha feito uma meia dúzia de movimentos. Não eram uma pose parada de 15 segundos; o cara dançava e o pessoal tinha que se virar para conseguir capturar o movimento, no melhor estilo Degas. Os estudos foram realizados em folha A1, recortados e digitalizados para que eu pudesse postá-los.


          Mas como fazer isso, sendo que o modelo não posava de forma estática? Lembrei dos ensinamentos do fantástico James Gurney, onde ele falava que para desenhar algo que se movimente, como por exemplo, um cavalo, ou uma galinha, é necessário praticar uma forma de memorização da imagem vista, ou seja, olhar para o modelo, congelar a cena em sua mente e esboçar rapidamente.


          Além da complexidade desta tarefa, outra se faz necessária, que é transferir o que viu para o papel. Essa regra se aplica a toda a sessão com modelo vivo. Quanto maior o tempo da pose do modelo, mais podemos medir e conferir, quanto menor o tempo da pose, mais difícil a tarefa. Tem que se desenhar por reflexo, como alguém que pratica arte marcial e faz aquele movimento de forma intuitiva.

       
         Curiosamente, ao olhar estes desenhos , percebe-se que existe uma relação de proporção que foi transferida instintivamente e intuitivamente, sem que houvesse medidas. Tudo se deu de forma automática na cabeça de cada artista envolvido na tarefa.


          As imagens ficam interessantes graças ao equilíbrio do modelo, caracteriza pela instância das poses e  a relação de equilíbrio entre os membros superiores e inferiores. A mudança do ponto de equilíbrio e graças também a flexibilidade do modelo. Esses trabalhos foram realizados com pastel seco, um giz de ponta grossa, o que auxilia o artista, pois ele se obriga a esquecer detalhes e retratar o todo, o que ajuda a manter a proporção da estrutura.

domingo, 28 de agosto de 2011

Renascendo - Hellraising

 

Frank - A4 - Aquarela - 2011

          Voltando do mundo dos mortos aos poucos. Aproveitando posto um estudo/trabalho a aquarela de um dos meus filmes de terror favoritos. Hellraiser do Clive Barker. Tenho diversos estudos para postar, preciso apenas de tempo para fazer isso.
          Não tem nada mais nojento que o cara melequento recuperando sua forma e sujando as roupas. Mais ou menos quando a gente se machuca e faz um curativo ou o machucado fica sob a roupa e  ela fica suja. Muito legal!
           Aproveito e posto dois detalhes da pintura, neles podemos perceber duas coisas: Primeiramente a imprevisibilidade da tinta, ela escorre e se espalha e nem o Google sabe onde vai parar. Em segundo lugar aqueles pequenos grânulos de pigmento que é característico da aquarela. Alia-se a tais fatores a rica textura do papel. Como é um Canson comum de 200 gr, não tem tanta textura como o Montval ou o Fabriano, ainda assim a textura adiciona beleza e charme a pintura, por mais feio e nojento que o tema possa parecer.