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domingo, 22 de abril de 2012

Richard Bunkall



Leviathan nº 2 - 63,5  x 114cm - Óleo s/tela - 1997

          Estava em minhas peregrinações internéticas, e no obrigatório Lines and Colors fui apresentado ao trabalho do professor universitário e artista Richard Bunkall (1953-1999) . Descobri que sua carreira foi cortada pela doença Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), a mesma doença do brilhante físico Stephen Hawking, que recentemente completou 70 anos. A doença é conhecida nos EUA e no Canadá como a Doença de Lou Gehrig, famoso jogador de beisebol e possivelmente uma das, senão a primeira celebridade a apresentar esta doença, ou ainda como Doença de Charcot. Seis anos após o diagnóstico da doença ele faleceu deixando esposa e três filhos pequenos.
        A doença parece não ter alterado seu amor pela pintura e sua vontade de pintar, apesar das limitações. Ele tinha dois ajudantes para alguns detalhes mais técnicos do desenho  e segurava o pincel com dificuldade, mas a pintura ele realizava sozinho. Seu fiel bichinho de estimação, o labrador William, depois que Richard passou a viver mais tempo em casa e no estúdio, engordou 10 quilos, pois sempre ficava deitado ao seu lado..
            Além disso o site Lines and Colors apresenta um link para uma entrevista com Richard e sua esposa ao jornal Los Angeles Times um ano antes de falecer e sua disposição parecia inabalável.
           Seu site não apresenta fotos dele na cadeira de rodas, mas um de seus alunos, Tom Peters, postou uma foto em seu blog, onde podemos vê-lo em sua cadeira de rodas e ao fundo uma de suas telas.
          Apesar da dificuldade e da falta de precisão para desenhar, tarefa exercida por seus auxiliares como já citei, acredito que o fato de suas telas serem grandes deram a liberdade que ele precisava para continuar pintando. Segundo seu aluno Tom Peters que estudou com ele no finalzinho, onde a doença já estava bastante avançada e Bunkall já precisava de muita ajuda, diz que esse foi o período onde Richard estava no topo de sua maestria. Nesta altura do campeonato ele já estava tão debilitado que não conseguia respirar sozinho e nem mesmo levantar sua mão direita. Tarefa auxiliada pela esquerda. Ele só movia dois dedos de sua mão direita. Para pintar a parte mais alta de telas ele as virava de cabeça para baixo e as pintava, visto que geralmente no topo das pinturas há menos detalhes e mais liberdade para pinceladas, como explica em sua entrevista ao LA Times. As vezes ele podia levar semanas para pintar uma pequena  parte de uma tela.
         O Museu de Arte de Pasadena na Califórnia teve uma mostra com seus trabalhos no primeiro terço deste ano. Mais detalhes sobre ele favor conferir os links, todos em inglês. O site tem ótimas imagens apesar de ser um pouco lento.

          É impressionante ver que a determinação e o amor transcende a deficiência de uma pessoa. Este tópico serve de inspiração para todos nós.         

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