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domingo, 31 de outubro de 2010

Chiaroscuro II


Estudos - Grafite e Pastel Seco - A4 - 2010

          Há uns meses postei a primeira postagem sobre chiaroscuro. Tu podes vê-la clicando aqui 
          No desenho anterior usei um lápis pastel para realçar as áreas de luz. Após pouco mais de um mês o branco havia evanescido.... Imagino que a umidade possa ter sido a causa. Há poucos dias peguei esse trabalho e o branco estava lá, sem vivacidade alguma, aparecendo apenas contra a luz. Felizmente havia comprado um pastel seco branco e retoquei. Ficou bem vívido e ao escanear ficou bem bonito. Novamente eliminei as cores do papel e deixei em preto e branco.  Não lembro quem era o senhor idoso, mas sua expressão, barba e cabelos branco deram um excelente retrato.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pintura Histórica - Historical Painting


Victor Meirelles de Lima

          Quando o cara foi para a  escola de artes (ele esteve na França e Itália) deparou-se com um currículo bastante exigente. Olha a cara dele e vê se ele achou ruim.
           Normalmente o processo de aprendizado se reduzia a 4 etapas:

          1 - Cópias de bustos e estátuas de gesso;
          2 - Modelo vivo - geral;
          3 - Modelo vivo - partes;
          4 - Roupas e drapeamento.

          O nome da matéria estudada era Pintura Histórica. Tinha até regras a serem seguidas segundo o estatuto da escola:

          Programa de estudos da aula de Pintura Histórica:

        art. 1º - Estudos de pintura copiando bustos em gesso, depois natureza morta, exercitando também cores;
          art 2º - Alunos aptos no primeiro ano estudarão o modelo vivo;
         art 3º - Quem frequentou mais de um ano na Pintura Histórica vai começar a estudar o modelo vivo , estudando também suas partes. Posteriormente as roupas e assim que possível composição de quadros históricos. Nesse ponto a escola deverá fornecer o que for necessário ao estudo do aluno, modelos, vestes, acessórios em geral.
         art 4º - Aula de 4 horas diárias, após isso se desejarem podem continuar estudando se o professor assim permitir.
          art 5º - O estudo diário do modelo vivo durará 3 horas.
          art 6º-  O professor lecionará aos alunos 3 vezes por semana.

        Agora vou comentar sobre os processos da execução da pintura, se alguém conhece William Bougueareu vai ver que a metodologia de ambos era bastante similar, o aluno chegava, desenhava e pintava, certamente era o currículo utilizado naquele período.

           Processo de execução da Pintura Histórica:

          1 - Executar o esboço (se necessário o professor indica as correções);
         2 - Desenhar a carvão ou crayon e fazer estudos parciais dos personagens que entrariam na composição;
          3 - Combinar os desenhos e os pintar em tela a preto e branco;
          4 - Dar-lhes cor.

          Fonte:
          ROSA, Angêlo de Proença e outros, Victor Meirelles de Lima (1832-1903) Prefácio de Alcídio Mafra Souza. Rio de Janeiro, Pinakotheke, 1982.

sábado, 23 de outubro de 2010

Victor Meirelles de Lima


A Primeira Missa do Brasil - Óleo - 2,70m x 3,57m - 1860 

          Victor Meirelles de Lima nasceu na cidade de Desterro. Conhecemos essa cidade atualmente pelo nome de Florianópolis em Santa Catarina. Ainda jovem viajou para a Europa. A Primeira Missa foi pintada lá e não aqui.
          Por quase dois meses ela foi exposta no Museu de Arte do Rio Grande do Sul.
          Um sucesso.
         Curiosamente quando via essa obra nos livros de história no tamanho de um selo eu não tinha ideia de sua dimensão real. É gigantesca e grandiosa.
         Essa obra foi danificada quando foi para uma mostra nos Estados Unidos e voltou num estado deplorável. Ninguém assumiu a paternidade do estrago.
         Um excepcional trabalho de restauração ocorreu em 2006 e nessa mostra do MARGS teve todo o processo exibido através de fotografia e painéis explicativos. Esse trabalho valeu cada centavo e o empenho de uma equipe altamente especializada, competente e apaixonada.
         Só quem viu ao vivo essa tela tem ideia da beleza  e da qualidade do artista. Qualidades cada vez mais difícil de se encontrar juntas.
         Não é a toa que a obra está avaliada em espantosos - e merecidos -  três milhões de dólares.
         Na próxima postagem vou falar um pouco o que o cara aprendeu lá na Europa.
         Esse trabalho pode ser visto no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ultravioleta - Ultraviolet


Ultravioleta - Digital - Arte Randy Green - Rick Ketcham - Teste de cores por Alcode

          Em abril deste ano postei isso daqui. Nessa mesma época em que fiz vários testes encontrei esse desenho dessa personagem que desconhecia. Pelo que pude perceber numa rápida pesquisa na internet sua roupa é branca. Dar cor ao branco é algo bastante complicado. O branco não é apenas branco.Também testei aplicando umas texturas na pedra.
           Não me pergunte como fiz isso, faz tanto tempo que nem lembro mais. De qualquer forma é bem divertido fazer esse tipo de estudo.

sábado, 16 de outubro de 2010

Paisagem Urbana - Cityscape


Paisagem Urbana - Grafite - A5 - 2010

          Recentemente meu filho recebeu de tema de casa a espetacular façanha de produzir um desenho de observação, cujo limite da folha era o limite da janela.
          Louvável tarefa de artes para uma escola não particular. Claro que a tarefa não é tão prazerosa para meu filho como desenhar o sanguinário espartano Kratos mutilando impiedosa e cruelmente seus adversários, mas mesmo assim era necessário realizá-la.
          Sentei-me ao seu lado e começamos a discutir e desenhar. Falei sobre a área da folha e o que colocar nela, dando uma noção espacial dos objetos.
          A professora pediu para desenhar tudo o que vissem, mas recomendei apenas a colocar as coisas que achasse importante e interessante. No lugar de um outro prédio do outro lado da rua com muitas janelas, grades, tijolos a vista, vegetação, vizinhança, fios elétricos, antenas e um céu azul, deixamos a folha em branco..
          Também não foram retratadas todas as árvores pois demandaria muito tempo.
          Como esse blogue é da minha pessoa e não do meu principal cliente, posto apenas meu trabalho. :-)
          Parabéns para a professora em propor um desafio tão grande e instigar as crianças a aprender a enxergarem o que estão olhando.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Cavalo - Horse



Cavalo - Grafite - A5 - 2010

          Numa tarde ensolarada de sábado fui na praça ao lado do condomínio para rabiscar alguma coisa que estivesse ao alcance da visão.
          Já sabia que iria retratar a vegetação local mas eis que me deparo com um cavalo pastando alegremente perto do banco onde sentei. Pus-me então a retratá-lo. Descobri que animais são péssimos modelos. 
           Eles não param quieto.
          Tive que esperar ele comer bastante e voltar a sua posição inicial para concluir o retrato do amável bucéfalo.
          Um bom exercício. Vejo muito defeitos e sinto falta de mais detalhes, mas só a prática para corrigir esses problemas.
           Espero encontrar esse modelo em breve.

sábado, 9 de outubro de 2010

Giz de cera - Chalk

Loira - Giz de Cera - A4 - 2005

          Em uma quase homérica reflexão sobre material e habilidade artística, verifiquei que um bom artista pode tirar o máximo do mínimo, ou seja, uma pessoa com uma razoável habilidade artística e criatividade pode fazer com um material barato, ou escolar, um trabalho interessante, um bom trabalho.
          Com essa ideia em mente, fiz há alguns anos um desenho baseado em uma fotografia de  uma revista, com giz de cera da loja de um e noventa e nove, que certamente não custou apenas isso. O material era  bastante rígido mas apresentava uma boa cor (não boa a ponto de ser excelente, apenas boa no sentido de ser reconhecível após sua aplicação).
          O material deu um pouco de trabalho mas consegui cumprir o objetivo do meu estudo. Isso nos leva a um segundo ponto a refletir:
          Leva-se mais tempo para obter um resultado com um material inadequado do que com um material adequado. Como reza a lenda : " A ferramenta certa para a tarefa certa".
          Para citar como exemplo as tintas de tubo, com materiais mais adequados, e que são mais caros,  economiza-se tempo na mistura das cores e na quantidade da mistura. A grosso modo podo afirmar que se um pintor pintar duas telas iguais, sendo uma com tinta de melhor qualidade e outra com a tinta mais barata do mercado, ele levará menos tempo e menos material para realizar a tarefa  usando o material de melhor qualidade.
          Isso é um ponto a considerar, mas não posso deixar de lado que a qualidade superior de um material profissional vai ter efeito no resultado final. A tinta mais cara tem maior qualidade, maior durabilidade, maior miscibilidade, maior estabilidade, maior resistência a luz e por isso maior permanência, melhor adesão ao suporte e melhor acabamento.
          Se puder utilizar o melhor material disponível, faça isso. Fazer um bom trabalho já é bastante complicado com o melhor material.
          Se não puder usar o melhor, as empresas como Winsor &  Newton, Talens, Maimeri, Golden, Lukas e tantas outras tem a linha estudante, que também é de ótima qualidade. Essa linha estudante seria o plano B. Já usei essas tintas e são ótimas, superiores a qualquer marca nacional e duram bastante.
          Se ainda assim quer pintar e não tem condições, ainda temos as tintas, pincéis ou materiais mais baratos, vão servir para a boa prática e o aperfeiçoamento.
          Além disso,  ao conseguir se adaptar ao material barato, quando pegar um material de melhor qualidade vai ver que o esforço em lidar com ele será amplamente recompensado, pois como citei no começo obterá o máximo do mínimo, porém desta vez o máximo resultado do mínimo de material.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Lápis - Pencil



Como os lápis são feitos.

          Este vídeo mostra como os lápis são feitos. Incrivelmente não fazemos ideia de como essa  maravilhosa  ferramenta é produzida. Uma mistura de grafite e argila, combinados nas mais diversas proporções e cozidas a altas temperaturas ajudam a criar os diferentes graus de dureza do grafite:
          H - São os grafites mais duros. A sigla deriva do inglês: Hard (duro). Os grafites H tem mais argila em sua composição e por isso não gastam tão rapidamente, demoram mais a perder sua ponta e o traço fica quase imperceptível. Esse grafite tende a sulcar o papel.
          B - São os grafites mais macios. A sigla deriva do inglês: Black (preto). Os grafites B tem menos argila em sua composição e por isso desgastam mais em contato com o papel. Como o grafite esfarela muito facilmente em contato com o papel ele não o sulca (a menos, claro, que se faça mais força com a mão)
          Conheço gente que gosta mais dos lápis H, ou HB que são os mais rígidos, mas conheço gente que prefere os B, meu caso, visto que faço o traçado muito leve e ele normalmente fica quase invisível. Por este motivo prefiro os lápis 2b ou 3b.
          Quanto ao peso os lápis são imbatíveis, nada é mais leve que um lápis para desenhar. (bem, na verdade carvão é, mas no mundo moderno a gente não usa carvão para escrever na escola ou empresa). Normalmente eu costumo usar lapiseira, pelo mesmo motivo que tu a use:  praticidade de transporte, não é necessário estar apontando uma lapiseira por causa de seu grafite fino e a maioria dos seus colegas deve ter uma com um grafite compatível.
          Tenho meus lápis aqui e quando faço um desenho gosto de utilizá-los. Estou gostando muito da caríssima  marca Koh-i-noor, mas tenho aqui os sempre fiéis Faber-Castell, aquele verdinho. Curiosamente não tenho os Steadtler do vídeo, mas tenho uma lapiseira Mars , cujo grafite que a alimenta é Faber-Castell B.
          Vale lembrar que, segundo o Beakman, um lápis pode escrever uma linha contínua por 5 quilômetros. Isso dá pra encher um caderno de desenhos!
          Felizmente, na sua grande maioria, os lápis são baratos e nos permitem exercer nossa criatividade, portanto podem gastar grafite a vontade para escrever, desenhar e até mesmo pintar. :-)

sábado, 2 de outubro de 2010

Retrato e Autorretrato - Portrait and Self-Portrait


Pai e Filho - Digital - 12,7x16,9cm - 2005

          Sim, é possível fazer um retrato e autorretrato ao mesmo tempo. Meu filho adorava passear na "catunda", mas assim como Milo de Crótona, senti o peso nos ombros.  Fi-lo sobre meus ombros com minhas ferramentas preferidas de trabalho. 
          Na mão esquerda espátula, lápis e pincel. 
          O sinto de utilidades Jedi com a caneta de luz.
         Usei um programa bitmap e um vetorial para a realização desse trabalho. Nenhum dos dois ficou realmente parecido, mas é aquele trabalho que a gente olha com prazer, pois tem essa historinha bonitinha para contar.