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sábado, 29 de dezembro de 2012

Leitura de Imagens - Image Reading



Leitura de Imagens - A5 - Aquarela - 2011

         Não costumo ler muitos livros, raramente leio livros fora do ramo das Artes. Esses sim, leio muitos, e se possível, mais de uma vez. Alguns cheguei a ler mais de duas vezes, mas isso é um luxo que não tenho tido faz alguns anos.
       Também é possível ler imagens. Sim. As imagens nos fornecem informações suficientes para que possamos explorá-las e desvendá-las. As imagens tem toda uma simbologia, mensagem e iconografia que é transmitida. Vemos isso mais a partir do Renascimento (estou me referindo a arte ocidental que é a que mais conhecemos) onde as pinturas e esculturas contavam histórias de temas bíblicos. A Capela Sistina de Michelangelo, e as obras baseadas na Bíblia de Rembrandt contam várias passagens do Velho e do Novo Testamento, com sutilezas que são difíceis de perceber para quem não conhece tais histórias.
         Aqui mesmo no blogue, já postei uma leitura de imagem sobre São Francisco de Assis, veja todos pelo marcador História da Arte.
         A leitura de imagens ficou popular pelo livro e filme Código da Vinci (apenas vi o filme), onde através de interpretações das obras de Leonardo da Vinci existe um mistério hollywoodiano a ser desvendado.
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sábado, 15 de dezembro de 2012

Manhwaga Kim Jung gi



Manhwaga Kim Jung gi

         O excelente Drawn (traduzindo para nosso idioma: Desenhar - era o que eu devia estar fazendo), postou um vídeo de um artista de Manhwa (quadrinhos coreanos). Kim Jung gi desenhando. Esse cara desenha muito. Assistam o vídeo e vejam que espantoso.O cara começa com a caneta japonesa direto sobre o papel. Sem esboço prévio. Sua memória visual é de dar inveja ao Google. Sua gestualidade e habilidade são impressionantes.
           Vou comprar mais umas resmas antes que dê crise de papel no mercado!

sábado, 8 de dezembro de 2012

Estudo de cor - Color Study


Cena de filme - A5 - Aquarela - 2010

          Mais um estudo baseado numa composição de filme, neste caso Ben-Hur novamente. Queria capturar os brilhos dos elmos e o vermelho vivo das capas. O fundo foi apenas sugerido para dar atenção total a cena em primeiro plano.
             Abaixo um detalhe do pastor. Como o desenho é pequeno as pinceladas devem ser ainda mais econômicas. Parece que o trabalho em aquarela fica bem melhor assim.


sábado, 1 de dezembro de 2012

Lua - Moon



Lua - A4 - Grafite - 2008

          No Natal de 2008, enquanto a querida Lua dormia ao sol da tarde do verão, fiz um retrato dela.  Essa é a melhor hora para se retratar os animais. Fiquei muito feliz com o que pude desenhar. Minha alegria durou pouco. Logo ela acordou e foi fazer bagunça. De lá pra cá felizmente ela perdeu o hábito de se alimentar exclusivamente de sofás! Nem parece a bagunceira que é dormindo...

sábado, 24 de novembro de 2012

Piano


Piano - A4 - Óleo - 2006

          Esta pintura é de 2006, mesmo sendo antiga acho ela muito legal. A base fiz com tinta acrílica e o acabamento (acho que ) fiz com tinta a óleo. Essa foto saiu duma revista caras e serviu apenas como estudo. Faz tempo que não faço nenhum estudo baseado em revistas. Normalmente o tratamento dado as fotografias de revistas tornam elas inviáveis para um estudo eficiente de cores. Apesar disso, com uma seleção criteriosa é possível encontrar boas fotos para se estudar. O abuso do f*t*x*p acaba por desfigurar aspectos interessantes que a fotografia captura, como oleosidade e coloração natural da pele. 
         Como jogo vídeo game com meu filho vejo que o cuidado que os artistas tem em tornar o jogo mais natural é deixar ele imperfeito, com sujeiras, oleosidade, irregularidades, suor e manchas na pele e nas roupas dos personagens, bem como no meio ambiente. Ferrugem, desgaste natural pelo tempo, amassados e arranhados ajudam a tornar um jogo muito mais real e envolvente. Ainda assim neste caso, os artistas também usam o f*t*x*p.
          A diferença está no critério para utilização. Existem excelentes fotógrafos e artistas tradicionais e digitais que fazem maravilhas com suas mídias e recursos disponíveis. Cabe a eles utilizar seus recursos com sabedoria.

sábado, 17 de novembro de 2012

Bah!



Gaúcho - A4 - Grafite - 2010

          Enquanto estava tomando chimarrão e selecionando material para postar no blogue, encontrei este gaúcho notadamente inspirado no Guri de Uruguaiana, porém fiz o meu mais velho e mais barrigudo, porém com a mesma cuia que deve levar uma chaleira d´água e um quilo de erva mate.

sábado, 10 de novembro de 2012

Gravura - Printmaking


Águia - A4 - Gravura - 2011

        Esta gravura não é uma xilogravura. Para sua matriz foi utilizada EVA (etileno vinil acetato). Foi feito um desenho numa folha de papel e transferido para o EVA. O entintamento e a impressão se deu da mesma forma que a gravura tradicional.
 

sábado, 3 de novembro de 2012

Modelo Vivo - Life Model


Gabriela - A1 - Grafite - 2010

          Depois de diversos exercícios, tivemos a oportunidade de realizar uma pose longa com a modelo. Deu tempo para medir, corrigir e até sombrear. O resultado ficou bastante satisfatório. Naturalmente o desenho não ocupa toda a área da folha. Este desenho segue todos os passos que foram discutidos nos tópicos anteriores que foram realizados do modelo vivo.



sábado, 27 de outubro de 2012

Bule - Teapot


Bule - A4 - Óleo - 2011

          Este bule não está assinado nem datado, mas é muito provável que tenha sido feito ano passado. Como foi um estudo que não me agradou nem dei muita bola. Encontrá-lo foi uma surpresa. É bom ficar sem ver o próprio trabalho por algum tempo. O que eu não havia gostado me agradou bastante neste reencontro.
 
         
          Aqui um detalhe maior que o original para conseguir mostrar um pouco da textura. Esta pintura foi feita sobre papel Canson 200 gr/m² preparado com gesso acrílico passado com rolinho de espuma.

sábado, 20 de outubro de 2012

Xilogravura - Woodcut


 Cara - A4 - Xilogravura - 2011

          Já que falei de xilogravura na postagem anterior, aproveito e coloco mais uma das que tive a oportunidade de realizar. Como madeira eu utilizei mdf de 6 milímetros e as cavei com as goivas. Pontas diferentes criam efeitos diferentes na madeira. Depois de feito o entintamento da matriz é hora de colocar o papel e imprimir numa poderosa prensa, o resultado é um trabalho muito bonito e único. Cada exemplar impresso é sutilmente diferente do outro.
 


         Aqui foi feita outra edição em papel reciclado. Como escaneei preto e branco o papel adquiriu essa tonalidade.





sábado, 13 de outubro de 2012

Ossos - Bones

Piratas do Caribe - A4 - Xilogravura - 2011

          Como estava falando em ossos aproveito para postar o resultado da xilogravura sobre os Piratas do Caribe. A xilogravura é uma gravura feita sobre madeira. As ferramentas para este trabalho tem o nome de goivas. Por tradição as gravuras são impressas, numeradas e assinadas. Um trabalho prazeroso, sujo e muito divertido de se fazer. Esta foi a quinta impressão de um total de catorze, como pode ser visto a esquerda. O título vai ao centro e a direita a assinatura do artista.

 

          Como eu pensava em fazer uma bandeira pirata ganhei do amigo e mestre Renato um pedaço de TNT (tecido não tecido) branco e imprimi esta bandeira. Legal que os furinhos do tecido criam um efeito muito interessante.

sábado, 6 de outubro de 2012

Ossos - Bones


Baleia - A4 - Grafite - 2010

          Não é todo o dia que temos a oportunidade de desenhar um esqueleto, ainda mais de um animal tão espetacular como o de uma baleia. Esses desenhos foram feitos de observação de um esqueleto inteiro de uma baleia suspenso por uma estrutura de cabos na Ulbra Canoas em 2010. Devido ao tempo foi-nos solicitado efetuar desenhos apenas de alguns detalhes. Com ossos grandes como esse vemos claramente que o osso tem uma estrutura peculiar, ele não é perfeitamente cilíndrico como um canudinho, mas tem as superfícies ajustadas a sua adaptação. O mesmo osso pode ter uma superfície achatada como a omoplata, ou curva, como a cabeça, e ter partes chatas e cilíndricas como a vértebra unida a costela. O encaixa das vértebras se dá de forma perfeita.
 

          Desta vez os ossos pertencem a um animal menor que eu não soube identificar, possivelmente um lagarto, segundo o professor Renato. As vértebras tem aletas bastante peculiares e são ocas. A esquerda vemos uma flor de alguma planta que desconheço. Interessante o suficiente para ser coletada e desenhada.

sábado, 29 de setembro de 2012

Romano - Roman



Romano - 14x21cm - Aquarela - 2010

          Filme onde podemos visualizar a cultura do famigerado império romano é sempre interessante. Os soldados romanos passavam por um treinamento árduo, e pelas mais adversas condições climáticas. Tinham técnicas de lutas e estratégias militares avançadas. Esta aquarela é mais uma pausa em um dvd de um filme antigo.
          Curiosamente esse tipo de filme é mais interessante de retratar que os filmes atuais, pois tem uma cor mais natural. Não sei por que os filmes hoje tem uma tendência a apresentar tudo esverdeado, como senhor dos Anéis e Matrix, ou tudo um tanto azulado, como Harry Potter. Qual a cor verdadeira destes filmes? Star Wars apesar do excesso de cenários virtuais tem uma cor que lembra a cor natural dos ambientes.


sábado, 22 de setembro de 2012

Estudos Filmes - Movie Studies


Ben-hur - A4 - Grafite - 2010

          O legal dessas mega produções antigas é ver que os caras se puxavam em aspectos que hoje tem pouca importância, como por exemplo, o roteiro. Claro que estou brincando, mas os roteiros eram longos e bem elaborados.
          Como eu estava de férias botei o filme e pausava em alguns momentos para capturar detalhes como a da indumentária, poses e até mesmo cenas inteiras, como a famosa corridas de bigas, tal e qual Star Wars Episódio I, só que nessa época as bigas eram puxadas por cavalos.


          Aqui embaixo além das cenas do filme também tem cenas de outro filme mais contemporâneo. Estes desenhos são uma espécie de storyboarding do filme.

sábado, 15 de setembro de 2012

Perspectiva 1 PF - Perspective 1 VP


A Última Ceia -  880cm x 460cm - Afresco com tempera e óleo - 1495-1497
Refeitório de Santa Maria delle Grazie, Milão - Itália

          Estava navegando na Internet quando deparei-me com o vídeo abaixo. Nele, um maluco que não tinha nada melhor pra fazer, montou um vídeo com cenas dos filmes do cultuado diretor Stanely Kubrick. Tá, o cara fez um monte de filme legal, como 2001, Full Metal Jacket, Spartacus (eu particularmente tenho esse filme) e Laranja Mecânica (todo mundo fala desse filme e eu nunca vi...) O legal é que todas as cenas apresentam-se como representações de perspectiva de um ponto de fuga. Aquele que ocorre quanto estamos bem no centro da cena.
          Comecei a ver o vídeo e queria postá-lo aqui, mas queria ter um motivo aparente para isso. Fiquei pensando um pouco e ao navegar em alguns sites, eis que vejo uma imagem especial. Uma das mais importantes da arte na cultura ocidental.  Feita por um dos maiores artistas de todos os tempos: Leonardo da Vinci.
          A Última Ceia foi concebida com esse planejamento frontal, como era característico nesse momento da História da Arte. Na preciosa imagem acima (e na debaixo também)  retirada do excelente Blog Artetropia, veja que todas as linhas convergem para o único ponto de fuga. Perceba que a mesa está disposta de uma forma incomum. Se fizéssemos isso em nossas salas, acabaríamos com o espaço disponível. Bem diferente da Última Ceia do Maneirista Tintoretto.
 
Vista de uma cidade Ideal - 200 x 60 cm - Painel - c.1470
Galleria Nazionale delle Marche, Urbino - Itália

       Na imagem do italiano Piero della Francesca, podemos testemunhar novamente  a utilização de um único ponto de fuga. Este artista tem diversas imagens onde podemos perceber a utilização deste tipo de perspectiva. 
          O legal do Kubrick é que ele é daquela linhagem de diretores que valorizam o tema e o roteiro, como Steven Spielberg, Francis Ford Copolla e Oliver Stone, e por isso consegue fazer uns blockbusters com tutano. Sem mais interrupções, o esperado vídeo sobre a utilização de um ponto de fuga nos filmes de Stanely Kubrick.
 

sábado, 8 de setembro de 2012

Maça Óleo - Apple Oil


Maça - 21x29,5cm - Óleo - 2012

           Comprei alguns materiais novos, além de papel e alguns tubinhos de tinta a óleo Pebéo, o nome remete a composição química da tinta desta empresa em seus primórdios, no caso, PbO, Lembram das aulas de química? Óxido de Chumbo.
           A tinta é de boa qualidade e seu preço é bastante satisfatório, quase tão barato quanto os nacionais. A cor da tinta parece ter boa qualidade e a textura é bem encorpada. Acho que essa é a tinta importada mais barata que tem no mercado. Depois disso os preços já começam a ficar um pouquinho salgados, até chegar as Rembrandt que custam os olhos da cara. Acho que elas tem o nome do Rembrandt por que quem as compra deve ficar falido como o ele no final das contas...Brincadeiras a parte foi bastante prazeroso fazer essa pintura com esse novo material.
          Essa pintura foi feita de observação em uma folha de papel canson 200 gr/m² preparada com gesso acrílico.  A cor de fundo foi feita com acrílico siena queimado. Eu não queria esperar muito para começar a pintar a maçã e utilizei acrílico para evitar o branco do papel.
          Se clicar na imagem verá que ela tem uma textura com marcas de pincel, pena que não se possa perceber isso no fundo branco. Como eu não buscava uma pintura muito lisinha aproveitei a tinta como ela sai do tubo e pintei. As vezes gosto da pintura com a tinta rala e outras com a tinta bem espessa.

sábado, 1 de setembro de 2012

Rei do Hambúrger - Burger King


Rei do Hambúrguer - A4 - Grafite - 2012

           Possivelmente exista mais calorias num hambúrguer do que numa lata de óleo de soja. Mas o gosto é bem melhor!
              Solicitado a fazer um desenho sobre minhas merecidas férias, fiz este desenho. Pensei em fazer um desenho mais acadêmico, mas ia acabar perdendo um pouco a gestualidade. Foi muito divertido fazê-lo.

sábado, 25 de agosto de 2012

Maça Aquarela - Apple Watercolour




Maça - 18,5x28 cm - Aquarela - 2012

         Fazia algum tempo que não pintava com aquarela, aproximadamente um ano, desde que fiz algumas pinturas baseadas em filmes, como pode ser visto algumas páginas atrás neste blogue.
         Daqueles que citei, todos foram feitos em papel Canson 200 gr. O papel Canson tem uma bela textura e uma bela cor, no entanto, quis fazer uma aquarela em um papel um pouco melhor. Comprei duas folhas de papel Canson Montval, uma escolha superior ao Canson tradicional. Ele é um papel mais encorpado (tem 300 gr/m² enquanto que o Canson tem 200 gr/m²) e seu valor, apesar de ser um pouco mais caro, acaba por se tornar uma boa opção para quem não quer gastar com papéis ainda mais caros. Além disso compro as folhas grandes e as corto em pedaços menores.
          A aquarela acima, foi feita em um papel ainda superior, o Fabriano (300 gr/m²), em termos de textura, ele é similar ao Canson tradicional e ao Montval. A principal diferença é que este sim é um papel para aquarela. Ele é feito integralmente de fibra de algodão, tornando-o um papel mais delicado (que suporta muito bem grandes quantidades de água sem empenar).
          Uma fruta é um ótimo elemento para se pintar pela riqueza de suas cores. É um exercício ideal para quem está aprendendo a pintar e sempre um belo motivo em si. Rápido e prático de fazer para quem tem pouco tempo disponível, como eu tenho tido.



sábado, 18 de agosto de 2012

Schwarzenegger


Schwarzenegger - A4 - Aguada Nanquim - 1997

          Recentemente vi no jornal que o Schwarzenegger completou 65 anos. Todo mundo conhece o dono de sete estatuetas Sandow que representa o título máximo do Mr. Olympia. Essas pinturas foram feitas há 15 anos com base em fotos minúsculas da revista Muscle & Fitness.



sábado, 11 de agosto de 2012

Moebius


Jean Giraud - 1938 - 2012

         Jean Giraud, também conhecido como Moebius e que também assinava como Gir, era um quadrinista francês de grande influência nos quadrinhos europeus e mundial. Também trabalhou com filmes com a cara dele, como é o caso do Quinto Elemento e da animação O segredo do Portal. Existe bastante informação dele na net.
         O cara desenhava muito e viajava em suas histórias que eram as vezes legais e muitas vezes malucas, mas sem dúvida ele se destacou pela sua qualidade gráfica.
       Vi no blogue Muddy Colors, que a Fundação Cartier disponibilizou alguns vídeos do velho mestre desenhando digitalmente. É muito interessante notar que ele consegue a mesma organicidade da pena de metal usando uma tablet. Vale a pena a visita. Cliquem no link Fundação Cartier
          Um dos blogues que costumo visitar é o que um super fã dele, Ian MacEwan, criou para partilhar a alegria que ele tem com o trabalho do Giraud: Quenched Consciousness .
            Aqui tem um documentário chato e didático, ou seja, fascinante,  sobre a pré-visualização do filme O Quinto Elemento.

sábado, 4 de agosto de 2012

Mais Estudos - More Studies


Estudos - A1* - Grafite - 2010

          Novamente mais uma antiga leva de desenhos realizados com modelo vivo.  Enquanto a modelo ia dançando nós a desenhávamos. Depois de algumas sessões desenhando a modelo, vamos criando intimidade com o material e o traço vai se tornando mais espontâneo. Já aprendemos como resolver certos problemas e o desenho vai saindo de forma mais natural.


          A prática ajuda a sanar nossas dúvidas e descobrimos novas soluções para velhos problemas. Aprendemos a capturar sutilezas que agregam um valor real ao desenho produzido.


          Seguindo a linha da coluna damos vida e movimento ao desenho. Acrescido a gestualidade da modelo capturamos imagens bastante simbólicas.


         Não costumamos ver as pessoas de costas. Retratar de um ponto de vista que não conhecemos nos força a imaginar a mecânica do corpo humano sem termos um conhecimento físico e anatômico prévio. O autor Burne Hogarth em seus livros se refere a este tipo de anatomia como anatomia artística.




          Pode-se ainda desenhar de uma forma mais econômica ou riscando e rabiscando para corrigir os erros na medida em que criamos os esboços.

          Mesmo com a simplificação do desenho acima, entendemos que a cabeça do modelo está abaixada a sua frente.

          * Estes estudos foram realizados em folha A1 e posteriormente recortados para serem digitalizados.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Paleta de Cores - Color Palette: Giotto di Bondone


Giotto di Bondone - Ognissanti Madonna (detalhe) - 325x204cm - Têmpera sobre madeira - 1310
Galleria degli Uffizi, Florença - Itália Fonte: WGA

          Giotto di Bondone (1266/7 - 1337) foi um pintor italiano do período medieval e renascentista que pintava com têmpera de ovo e utilizava as seguintes cores:  Branco, Amarelo Ocre, Massicot (amarelo feito com chumbo), Terra de Siena, Siena Queimado, Vermelho Terra, Vermelho Ocre, Madeira Lago, Verde Veronese, Azul Azurite, Ultramar Genuíno, Preto. Fonte: Site Color Academy
          O site referencia o livro base da informação: A Treatise on Painting (Um Tratado sobre Pintura) de Cennino Cennini (ed. Merrifield, 1844; ed. Herringham, 1899; ed. Thompson, 1933). Simplesmente fascinante.

          Para maiores informações sobre paleta de cores favor referenciar ao tópico que deu origem a isso tudo: Paleta de Cores

terça-feira, 1 de maio de 2012

Paleta de Cores - Color Palette: Fra Angelico


Fra Angelico - Arcanjo Grabriel Anunciando - 31x26cm - Têmpera e Ouro sobre painel - 1431-1433
Instituto de Artes, Detroit - Estados Unidos Fonte: WGA

          
          Guido di Pietro, mais conhecido como Fra Angelico (1400 - 1455) foi um pintor do Renascimento italiano. Ele pintava com têmpera de ovo e sua paleta consistia das seguintes cores: Branco (chumbo), Amarelo Ocre, Laranja Chumbo, Vermelhão, Vermelho Ocre, Verde Gris, Verde Malaquita, Azul Azurite, Ultramar Genuíno e Preto. Fonte: Site Color Academy
          Para maiores informações sobre paleta de cores favor referenciar ao tópico que deu origem a isso tudo: Paleta de Cores





domingo, 22 de abril de 2012

Richard Bunkall



Leviathan nº 2 - 63,5  x 114cm - Óleo s/tela - 1997

          Estava em minhas peregrinações internéticas, e no obrigatório Lines and Colors fui apresentado ao trabalho do professor universitário e artista Richard Bunkall (1953-1999) . Descobri que sua carreira foi cortada pela doença Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), a mesma doença do brilhante físico Stephen Hawking, que recentemente completou 70 anos. A doença é conhecida nos EUA e no Canadá como a Doença de Lou Gehrig, famoso jogador de beisebol e possivelmente uma das, senão a primeira celebridade a apresentar esta doença, ou ainda como Doença de Charcot. Seis anos após o diagnóstico da doença ele faleceu deixando esposa e três filhos pequenos.
        A doença parece não ter alterado seu amor pela pintura e sua vontade de pintar, apesar das limitações. Ele tinha dois ajudantes para alguns detalhes mais técnicos do desenho  e segurava o pincel com dificuldade, mas a pintura ele realizava sozinho. Seu fiel bichinho de estimação, o labrador William, depois que Richard passou a viver mais tempo em casa e no estúdio, engordou 10 quilos, pois sempre ficava deitado ao seu lado..
            Além disso o site Lines and Colors apresenta um link para uma entrevista com Richard e sua esposa ao jornal Los Angeles Times um ano antes de falecer e sua disposição parecia inabalável.
           Seu site não apresenta fotos dele na cadeira de rodas, mas um de seus alunos, Tom Peters, postou uma foto em seu blog, onde podemos vê-lo em sua cadeira de rodas e ao fundo uma de suas telas.
          Apesar da dificuldade e da falta de precisão para desenhar, tarefa exercida por seus auxiliares como já citei, acredito que o fato de suas telas serem grandes deram a liberdade que ele precisava para continuar pintando. Segundo seu aluno Tom Peters que estudou com ele no finalzinho, onde a doença já estava bastante avançada e Bunkall já precisava de muita ajuda, diz que esse foi o período onde Richard estava no topo de sua maestria. Nesta altura do campeonato ele já estava tão debilitado que não conseguia respirar sozinho e nem mesmo levantar sua mão direita. Tarefa auxiliada pela esquerda. Ele só movia dois dedos de sua mão direita. Para pintar a parte mais alta de telas ele as virava de cabeça para baixo e as pintava, visto que geralmente no topo das pinturas há menos detalhes e mais liberdade para pinceladas, como explica em sua entrevista ao LA Times. As vezes ele podia levar semanas para pintar uma pequena  parte de uma tela.
         O Museu de Arte de Pasadena na Califórnia teve uma mostra com seus trabalhos no primeiro terço deste ano. Mais detalhes sobre ele favor conferir os links, todos em inglês. O site tem ótimas imagens apesar de ser um pouco lento.

          É impressionante ver que a determinação e o amor transcende a deficiência de uma pessoa. Este tópico serve de inspiração para todos nós.         

sábado, 14 de abril de 2012

Processo - Process



          Esta semana foi bastante produtiva com discussão sobre processo artístico. O processo é bastante valorizado na arte contemporânea. Na verdade ele sempre foi importante, mas foi no século passado que passou a ter mais destaque que o próprio resultado final. Fazer correções, repintar e mudar de planos faz parte do processo de aprendizagem e de desenvolvimento. Não acontece por acaso e tampouco é uma exclusividade do mundo das artes.
           A editora de livros Tor e Jon Foster, um ilustrador estadounidense que figura também na versão brasileira da National Geographic produziram dois vídeos que sintetizam a discussão. No vídeo demo 1 podemos ver que mesmo com um único desenho a correção é constante, mas o mais legal do vídeo acontece a partir do nono minuto. Este vídeo exemplifica de forma clara o significado da palavra processo. Mas espere, o que parecia ruim pode piorar ainda mais! O vídeo demo 2 é ainda mais explícito, confira abaixo:


          O vídeo está acelerado, então podemos imaginar quanto tempo ele dedicou a uma ideia antes de ir para a próxima. Claro que isso são demostrações em um evento de editoras, não se trata de uma galeria ou o atelier do próprio artista. Mesmo o trabalho do artista sendo aprovado por um editor sempre existirão as correções e as mudanças de percurso. Normalmente este processo se dá desde o trabalho mais solto como no mais academico, como é o caso do próximo vídeo do artista David Gray: Um dia na vida do Artista. Apesar do rigor do desenho e da pintura a correção de cor sempre se faz necessária, não são mudanças radicais como a de Jon Foster, mas elas existem.


          Espero que estes vídeos chatos e didáticos ajudem no entendimento no significado da palavra processo.




domingo, 8 de abril de 2012

Tamanduneira


 Tamanduneira - 2500 x 2000 pixels - Tradigital - 2012

          Quando um simpático tamanduá foi mordido por uma torneira radioativa, ele sofreu fantásticas mutações que o transformaram no estupendo Tamanduneira! A proposta deste desenho foi criar uma mistura hibrida baseado em dois elementos, uma criatura e um objeto qualquer. No meu caso escolhi sem saber um tamanduá e uma torneira. Outros colegas escolheram coisas como vaso sanitário e polvo, guarda chuva e galinha e esse tipo de coisa totalmente aleatória. Cabia-nos criar uma fusão entre os dois, sem saber o que eu faria comecei tentando desenhar um tamanduá sem referência. Eu não sabia se seria uma torneira tamanduá ou um tamanduá torneira. Saiu isso daqui. Como o professor me pediu para enviar o desenho para ele escaneado aproveitei que já estava no computador e tratei de tirar a poeira da minha fiel Wacom Graphire 3. Abaixo um detalhe do bichinho.

domingo, 1 de abril de 2012

Paleta de Cores - Color Palette: Albrecht Dürer


Albrecth Dürer - Autorretrato - 48x67cm - Óleo sobre painel - 1500 - 
Alte Pinakothek, Munique - Alemanha  Fonte: ARC

          Quando comecei a me aventurar com pintura a óleo, uma das dúvidas recorrentes era: " Qual cor devo usar?" Quando aprendi a pintar em um curso de desenho que realizei aqui mesmo em Porto Alegre aprendi que poderia pintar utilizando apenas as três cores primárias mais o preto e o branco. Com essas cores consigo todas as cores que precisaria, mas seria essa toda a verdade? 
          Gostaria de citar que no curso em questão aprendi a desenhar e pintar com aquarela (que tive uma certa facilidade)  e com guache (frustração total que me manteve afastado das tintas opacas por mais de 10 anos até que me aventurasse com acrílico e posteriormente com óleo. Aqui a teimosia (ou será a persistência) foi determinante para aprender a pintar com uma mídia que eu gostava e não tinha condições de trabalhar. Outro fator determinante na demora de aprendizado foi que depois do curso tive o pior professor que pude encontrar: eu mesmo. Ser autodidata tem suas desvantagens. Passado vários anos conheci a internet que me levou a diversos lugares e a diversos livros e a diversos sites de fabricantes de tinta com matérias sérias sobre seus produtos desde a seleção de pigmentos até a escolha dos vernizes de acabamento. A informação sempre chegou fragmentada, então o que faltava em um site estava em outro e eventuais dúvidas seriam sanadas em livros que seriam comprados anos depois. É uma busca que não tem fim, mas que é muito prazerosa. Felizmente empresas idôneas como Winsor & Newton tem o máximo interesse em divulgar seus produtos e citam desde a montagem de uma paleta de cores básicas com as cores primárias (como aprendi no curso) de cada mídia até paletas mais elaboradas como por exemplo, uma paisagem ou um retrato.
          Descobri posteriormente que vários artistas utilizavam cores de acordo com gostos pessoais. Isso é fácil de notar por que pessoas diferentes enxergam cores de formas diferentes e tem gostos visuais diferentes. Ainda assim existem cores que são quase que obrigatórias na paleta dos artistas. Cada artista pode trabalhar desde apenas as cores primárias e possuir até algumas dezenas de cores que são usadas de acordo com sua necessidade, ou seja, apesar de um determinado artista ter dezenas de tubos de cores ele pode usar em sua paleta apenas as cinco cores básicas e eventualmente usar uma cor bastante particular e que não tem uma aparente utilidade no dia a dia de sua paleta, mas apenas para aquela situação específica .
          Alguns livros e sites apresentam as paletas genéricas de alguns artistas. Muitos são baseados em análises químicas das obras destes artistas, outras advém de anotações em cadernos dos próprios artistas e muitas, acredito que sua grande maioria advém da própria paleta do artista tal e qual foi deixada após seu falecimento.
          Para dar início a essa série super especial e importante de paleta de cores vou começar por ordem cronológica a partir do Renascimento. Claro que a história dos pigmentos remonta milhares de anos, mas vou focar meus estudos a partir deste período por sua relevância histórica no mundo das Artes Visuais Ocidental. Sempre vou procurar citar referências bibliográficas e inserir os links e os devidos créditos das imagens para quem quiser pesquisar nas fontes originais. Acredito de forma veemente na informação que estou aqui colocando e espero que de alguma forma ela possa ser útil a quem gostar de pintar tradicionalmente (ou digitalmente) como foi para mim.
         Vamos descobrir que muitos pigmentos utilizados ou não existem mais, ou foram substituídos por equivalentes modernos com melhor desempenho em aspectos como permanência e baixo nível de toxicidade, e que os fabricantes sempre que possível vão dar os nomes históricos dos pigmentos tóxicos, raros e caros aos pigmentos formulados de forma moderna, quer sintéticos ou não, com qualidade técnica superior quanto a permanência, cor e preocupação com saúde dos artistas, até por que hoje existem normas internacionais quanto a fabricação e cuidados ambientais e de saúde humana. Por exemplo, a  tinta óleo branca que compramos hoje na loja de materiais artísticos não tem o mesmo pigmento da tinta branca utilizada pelo Leonardo da Vinci, apesar de ter o mesmo óleo vegetal de linhaça.
          O formato do blog faz com que a ordem cronológica das postagens fique invertida, ou seja o Impressionismo virá antes do Maneirismo que virá antes do Renascimento, por este motivo vou utilizar o recurso de marcadores para facilitar posterior visualização. Os tópicos serão bem curtos e objetivos como o parágrafo abaixo, apenas este primeiro foi o mais longo, pois quis reportar minha intenção do porque destas postagens.
          Albrecth Düerer (1471-1528)  foi um pintor do Renascimento Alemão e sua paleta consistia basicamente das cores: Branco, Amarelo Ocre, Vermelhão, Vermelho Ocre, Crimson Lago, Siena Queimado, Ultramar Genuíno, Preto.  Fonte: Site Color Academy
          Para maiores informações sobre paleta de cores favor referenciar ao tópico que deu origem a isso tudo: Paleta de Cores




domingo, 11 de março de 2012

Estudos - Studies


Estudos -  A1* -Grafite - 2010

           Estudar de modelo vivo é sempre uma experiência desafiadora e recompensadora. Mais desafiadora ainda quando temos mais de um modelo presente, como foi o caso desta sessão de desenho do modelo vivo. Todo o cuidado que temos ao desenhar um modelo é multiplicado pelo número de modelos presentes. No caso dos modelos presentes, Gabriela e Cristiano, além da dificuldade de capturar as poses era necessário manter a proporção de cada corpo em relação ao outro, e ao espaço que eles ocupavam no ambiente. Eventualmente se tentava desenhar o casal a medida que o tempo permitia. No desenho acima nem sempre isso foi possível. A única pose em que o casal esta junto apresenta um grande número de problemas que o artista deve estar atento ao capturar. Perceba que os dois estão com os pés na mesma altura, ou seja, eles estão sobre um piso nivelado, qualquer descuido faria um deles parecer estar flutuando. Alie isso ao fato do modelo estar com o braço sobre o ombro da modelo e ela, por sua vez estar com a mão apoiada sobre seu antebraço. Apesar da simplificação do desenho consegue-se entender essas relações. Existe também uma relação espacial da distância entre os corpos e a posição das pernas. Sutilmente a perna direita do modelo está um pouco mais recuada em relação a sua esquerda. De outra forma eles poderiam parecer estar encostados um no outro, o que comprometeria o distanciamento da parte superior dos corpos.




         Na imagem acima percebe-se que o desenho da mulher começou de forma errada, com sua cabeça muito acima de onde deveria estar, ainda assim em ambos os casos, apesar da falta de precisão dos desenhos eles mantém uma relação de altura onde verificamos que há duas pessoas de alturas diferentes.


          Nestes dois desenhos do mesmo casal novamente precisamos traduzir a interação dos corpos, que nem sempre é fácil. Aliás, quem foi que disse que desenhar é fácil! :)


          Outra cena com interação e alguns desenhos soltos onde se vê uma seta que me referência a posição do quadril da modelo. Sempre que posicionamos nosso corpo sobre uma perna o ângulo do quadril e portanto o ponto de equilíbrio do corpo muda levemente. As vezes essa mudança é tão sutil que fica difícil capturar em um desenho. Podemos nos servir de recursos esquemáticos que nos ajudem a entender como funciona o corpo humano. Claro que não precisamos ter um conhecimento Leonardestíco sobre o corpo humano, mas o suficiente para poder representá-lo de forma convincente.



          Acima outra pose complexa com grande interatividade, principalmente entre as pernas. Foi difícil manter a relação das cabeças, tive que corrigir a cabeça e ombros da modelo feminina. Uma dica importante para não se perder é exatamente em manter as relações. Os olhos do modelo masculino alinham com o topo do cabelo da modelo, enquanto que o queixo do modelo alinha com os olhos da modelo.


          Novamente uma pose simples e bonita, onde um corpo se encosta no outro. Como esses desenhos não tem um grau de acabamento é difícil perceber em todos eles em que momento um encosta no outro. Se conseguir fazer isso sem muita sombra e detalhe já conseguiu alcançar seu objetivo. O máximo que se deu para dar uma ideia foi das roupas. A barba do modelo fica simplificada a um mero zigue-zague, um detalhe que não era necessário de inserir caso não desse tempo. Estes detalhes se colocam ao final da pose se, e somente se,  sobrar tempo, contudo é melhor dedicar esses poucos minutos para corrigir todas as relações de proporção e interação.

          Desenhar é as vezes frustrante por que não conseguimos fazer com que o braço e cérebro entrem num acordo, mas não se preocupem que um dia eles vão fazer as pazes.
          * Estes estudos foram realizados em folha A1 e posteriormente recortados para serem digitalizados.